O Cinema da Ufba está de cara nova

Por Natácia Guimarães

A Sala de Arte, situada no Pavilhão de Aulas do Canela (PAC) da Ufba, está passando por um processo de reestruturação e, segundo o diretor de arte da sala, Marcelo Sá, o objetivo inicial é todo mês mudar a cara do local com intervenções artísticas. No fim do mês de agosto, por exemplo, o ambiente estava envolvido por artes urbanas. “O objetivo é trazer para o espaço acadêmico a arte de rua, para haver um diálogo entre as duas [artes: acadêmica e urbana], e esse já é o sétimo painel”, disse o diretor. Para Marcelo Sá, “nesses espaços, onde há arte, as pessoas se sentem melhor, pois acham o ambiente mais agradável”.

Nos dias úteis, o cinema tem um projeto diurno que contempla a área acadêmica: reserva a sala para exibição de filmes gratuitamente, a partir da solicitação dos professores. Durante as tardes, o ambiente torna-se lugar de interação entre a comunidade universitária e os membros da sociedade, que vão assistir aos filmes de artes.

O local, recentemente, ganhou uma nova estrutura física – das poltronas ao novo projetor e ao som, que chegarão em breve. Todas essas ações foram feitas com o intuito de estimular as pessoas a frequentarem a sala. “A Sala de Arte, em geral, possui um público muito pequeno. A bilheteria não paga nossos custos, mas o que seria de Salvador sem a Sala de Arte?” questiona Marcelo Sá.

FOTOGRAFIA E GRAFITE NO CINEMA

A mostra do fotógrafo Rafael Martins, “Vagalumes”, esteve exposta na Sala de Arte da Ufba durante o mês de agosto. As fotos, que ficaram exibidas nas paredes do foyer, fazem parte do trabalho de conclusão de curso do Produtor Cultural graduado pela Faculdade de Comunicação da Ufba.  A exposição é composta por fotografias realizadas na Vila de Igatu, no distrito de Andaraí, na Chapada Diamantina.

As fotos foram realizadas durante a noite, com a técnica do light painting. A mistura do cenário de uma natureza quase virgem com as ruínas, que registram a antiga ocupação do lugar, através da luz de lanternas, proporciona uma estética particular às fotos.  Ao vê-las, é possível ter a sensação de estar pintando uma natureza que não pode ser tocada.

As imagens “interagem” diretamente com o público do local, que fica lendo ou conversando antes da sessão de começar. Na parede, além das fotos, um painel grafitado pelo artista Duardo Costa dialogava diretamente com as fotos de Rafael Martins. O público parece aprovar as intervenções artísticas. “Aqui é um ambiente agradável e, tanto a exposição quanto o grafite, tornam a sala mais convidativa”, disse a estudante Natália Argolo, que esperava aula começar, em companhia de um grupo de amigas.

Esse é o segundo local onde “Vagalumes” foi exposto. O primeiro foi na Cidade de Igatu, onde a exposição possuiu uma estrutura diferente das convencionais, já que o espaço não possuía a estrutura de um museu ou galeria. Aproximar o público e quebrar as possíveis barreiras existentes entre este e a arte são alguns dos objetivos que o fotógrafo se propõe a alcançar. Foi ele próprio quem convidou o artista Duardo Costa a fazer parte da exposição na Sala de Arte. Em relação à visibilidade, o artista diz que como não há lista de presença ou modo de controle de público, não há como estimar quantas pessoas já viram suas fotos, mas percebe uma repercussão positiva nos meios de comunicação, pois tem sido citado em reportagens sobre o tema do seu trabalho.

Fotos: Natácia Guimarães
Fotos: Natácia Guimarães

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