Plenária do XI Enecult propõe resoluções para o setor cultural

 

Catarina Reimão

Na última sexta-feira (14), aconteceu o encerramento do XI Enecult (Encontro de Estudos Multidisciplinares em Cultura), no Campus de Ondina da Ufba. Em seu último dia, o evento promoveu uma plenária para definir resoluções sobre os temas apresentados durante os quatros dias do Enecult. Este debate público foi produzido com o intuito de construir uma carta que será encaminhada para às autoridades competentes do governo federal.

O documento final, intitulado Crise e Cultura, é um manifesto que reconhece a crise econômica que assola o país e percebe uma oportunidade para tornar a sociedade mais justa. A carta, redigida por Renata Rocha, vice-coordenadora do Cult, e pelo professor doutor Albino Rubim, ex-secretário de cultura do estado, apresenta a cultura como fator essencial para a repensar o Brasil e o mundo, e assim superar a crise.

A carta

“Nós, estudiosos, pesquisadores, gestores, profissionais, estudantes e pessoas interessadas em cultura, reunidas no XI Encontro de Estudos Multidisciplinares em Cultura, viemos afirmar que a crise política e econômica, vivenciada no mundo e no país, não pode ser enfrentada em moldes conservadores, com modalidades tradicionais de ajuste fiscal, diminuição dos recursos para a cultura e restrições à democracia”, propõe trecho da carta.

Em continuação, é afirmado no documento que a crise deve ser aproveitada  para reafirmar conquistas e abrir novos caminhos para a sociedade. Também é dito que a democracia deve ser aprofundada, através da qualificação da democracia representativa e da ampliação da democracia participativa.

Além disso, o texto da carta defende que o avanço social e econômico vivenciado nos últimos anos necessita ser mantido e consolidado. Sobre o âmbito cultural, os integrantes da plenária declararam imprescindível alcançar as metas do Plano Nacional de Cultura. Além da implantação efetiva do Sistema Nacional de Cultura, da garantia de mais recursos para a cultura e da expansão do Programa Cultura Viva.

Outros pontos relacionados à cultura que foram incluídos no documento propõem discutir as políticas de financiamento à cultura, priorizar o Fundo Nacional de Cultura, rever e democratizar as leis de incentivo. Também foi sugerido instalar uma política para as artes e fortalecer a transversalidade da cultura, em especial através de suas conexões com a educação e a comunicação.

Acessibilidade em destaque

Para Rubim, o resultado mais surpreendente dos simpósios que integraram o Enecult, foi a carta produzida durante os encontros do grupo de Acessibilidade Cultural. Isso por que, ao fim do simpósio, a professora Ana Rita Ferraz (Uefs) coordenou a redação de um documento independente, no qual foram feitas considerações específicas do seu eixo temático.

“Reconhecemos que a universidade fez um grande esforço para atender às nossas solicitações de tornar os espaços do evento mais acessíveis e reconhecemos que existe de fato um problema orçamentário que não permite grandes intervenções. Consideramos um grande passo o que aconteceu aqui no Enecult, mas queremos mais. Temos que querer sempre mais. Até que a cultura possa chegar a todos”, declarou Ferraz.

Outro destaque dessa edição foi a realização da Feira da Cidade. Com dez stands de itens variados de produção artesanal, a feira movimentou o campus. Era possível adquirir camisas, bolsas, lenços e bijuterias, bem como lanches diversos: cupcakes, salgados integrais, bombons de produção caseira.

Aconteceu também uma feira de livros promovida pela Editora da Ufba (Edufba), com livros vendidos a partir de R$ 5. Uma grande oportunidade para aquisição das obras produzidas pelos pesquisadores de todo o estado.

Foto: Brisa Andrade

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