Problematização das ciências da cultura é assunto de minicurso iniciado terça-feira, 09

 

Por João Bertonie

 

Os problemas epistemológicos que cercam as ciências da cultura são o tema do minicurso promovido pelo Programa Multidisciplinar de Pós-Graduação em Cultura e Sociedade (Poscult/Ufba), que teve seu início na última terça-feira, 09, no auditório do Pavilhão de Aulas Glauber Rocha, no campus Ondina da Ufba. Ministrada pelo professor doutor Urbano Mestre Sidoncha, da Universidade da Beira Interior, de Portugal, a aula inicial contou com a presença do atual vice-reitor Paulo Miguez e do diretor do Instituto de Humanidades, Artes e Ciências (Ihac), o professor Messias Guimarães.

O professor lusitano iniciou sua conferência tratando das problemáticas referentes ao estudo epistemológico da cultura enquanto ciência. “A cultura não é um objeto que admite uma verdade fundamentalmente estabelecida”, afirmou o acadêmico, para quem a problematização dos conceitos de ciência, de cultura e de ciência da cultura é algo promovido pela insuficiência teórica que tratam destes temas.

Urbano Mestre ainda dedicou parte de sua aula à discussão sobre o “reducionismo do caráter positivista e científico da cultura”. Segundo ele, o método científico moderno é “autoritário e dogmático”, tornando ainda mais problemático o estudo epistemológico da cultura. “O que é o conhecimento científico? Quais as suas marcas identitárias?”, questiona o professor português, referenciando o filósofo e matemático Robert Blanché (1898–1975).

 

Na conceituação do problemático conceito de cultura, o pesquisador fala da “qualidade ubíqua” desta, o que a torna diferente de outros estudos da realidade, como a biologia. “A cultura é um experimento híbrido que promove um pretenso resultado que se difere muito da ciência”, define o português.

 

O minicurso ministrado pelo professor Urbano Mestre Sidoncha segue até a próxima quinta-feira, 11.

 

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