FacomSom: relembre a história do evento que completa 15 anos

Evento volta após dois anos parados. Confira os relatos de quem participou das edições anteriores

Por Rafaela Dultra

Com novo formato e proposta que mistura jovialidade e diversidade, o Facomsom vai retornar em novembro, após um intervalo de dois anos. Quem participou do Facomsom em 2005 – ano em que ocorreu pela primeira vez – lembra de um evento muito diferente do que é hoje. Acontecia na própria Facom, o palco era montado na portaria e a famosa varandinha funcionava como um bar. Aos poucos, o evento foi tomando corpo e foi transferido para a Biblioteca Central, onde atraía grande parte da UFBA e estudantes de outras universidades, principalmente aqueles que curtiam rock  e música alternativa.

Quando atingiu maturidade – e por conta da portaria que passou a proibir alguns eventos no campus-  o festival foi levado para o Pelourinho. Segundo Luana Lima, uma das organizadoras do Facomsom de 2015, foi quando o projeto começou a ser pensado para  movimentação da cena cultura de Salvador. “2013 foi um ano marcante para a história do Facomsom pelo fato de a gente ter ocupado o Pelourinho, que é um espaço importante para a nossa cultura. Nesse ano, tivemos 1000 pessoas rotativas no evento”.

Bandas consagradas no cenário musical de Salvador passaram pelo palco do Facomsom. Entre elas, estão Maglore, Scambo, Cascadura, Teenage Buzz, Gira Mundo, Ênio e O Mundo. Apesar das mudanças de local e estrutura, o propósito do projeto continua sendo o mesmo: promover bandas universitárias e movimentar o circuito alternativo.

“De fato, a internet contribuiu muito para dar visibilidade a essas bandas, mas é importante um festival que proporcione um espaço para elas se aproximarem do seu público e se relacionarem com os produtores e outros artistas”, considera Luana.

De acordo com Sabrina Fiúza, coordenadora da edição de 2018, o público alvo do evento sempre foi universitário, mas não se limita somente a ele. “São para pessoas que gostam de música e querem contribuir para a música autoral em Salvador”. Saulo Miguez esteve no Facomsom de 2010, quando assistiu, pela primeira vez, o show da banda Maglore e virou fã desde então. “Depois fui em diversos outros shows do Maglore, mas, sem dúvida, aquele do FacomSom foi o melhor”, conta ele. (Abaixo confira os relatos de quem já participou do evento)

Relembre em fotos como foi ao FacomSom ao longo dos anos:

Produção
O Facomsom é uma iniciativa da Produtora Júnior, empresa júnior de comunicação da UFBA. Em 2014, 2016 e 2017, o festival não ocorreu por falta de membros na empresa e recursos financeiros. Este último motivo sendo a principal dificuldade, ainda hoje, para a realização do evento. “Nós, como produtores juniores, que ainda não são reconhecidos pelo mercado e pelo governo, temos poucas chances de ganhar edital. E não só o financiamento público, mas até formas de conseguir patrocínio são coisas que a gente não aprende na faculdade”, avalia Sabrina.

Esse ano, o Facomsom vai acontecer em novembro, porém o local ainda não está definido. De acordo com Sabrina, a preferência é a UFBA, mas há questões burocráticas que podem impossibilitar a realização do festival na universidade. “É um pouco complicado pela captação e grana, mas já temos um plano B com pauta aprovada”, garante Sabrina.

Segundo a organização do festival, o formato desta edição buscará maior interação com o público devido ao hiato de dois anos. As bandas têm até o dia 8 de junho para se inscrever no edital. Dentre as inscritas, seis serão escolhidas a partir de um processo de curadoria. Essas seis, de duas em duas, vão participar de saraus nas universidades de Salvador,  e o público vai escolher as três melhores para se apresentarem no evento. A mais votada vai ganhar a produção de um clipe e a gravação de uma música no Estúdio WR Bahia.

As bandas interessadas precisam ter música própria e, no mínimo, dois estudantes universitários. Os curadores da primeira etapa já foram divulgados no edital: Ricardo Rosa, sócio-fundador da RUFFO Marketing, Cultura e Arte, Ana Paula Vasconcelos, ex-produtora da Orquestra Sinfônica da Bahia e sócia-fundadora da Multi Planejamento Cultural, Luisão Pereira, músico e produtor com indicações ao prêmio MTV e ao Grammy Latino e Carol Morena, fundadora da Tropicasa Produções. Além das três bandas mais votadas, o Facomsom ainda terá uma atração principal que será anunciada futuramente.  

Relembre histórias do FacomSom:

Breno Fernandes:

Breno Fernandes“Eu não me lembro de ir ao FacomSom porque esta ou aquela banda tocaria, mas por ser um happening com tudo o que a gente gosta nesta idade. Para quem era faconiano, havia uma sensação boa de ser anfitrião, a de se saber daquele lugar. Eu e muitos vivíamos a Facom como uma extensão de casa tínhamos um orgulho bobo de considerar o FacomSom a “sua” festa também”.

 

Antonio Pita:

Antonio Pita“Éramos calouros da universidade. Foi uma temporada de festas que marcou muito aquela turma da Facom, e também de outros cursos próximos, como Letras e Biologia. As festas ficavam muito cheias, eram do lado de fora do prédio, com as pessoas disputando espaço pelas escadarias. O bar ficava na varandinha, e tinha sempre muita gente também na rua, ouvindo o som de longe.

Foi importante também para a cena musical da época.Várias bandas que depois se consolidaram no cenário alternativo passaram por lá e algumas eu passei a seguir desde então, como Pirigulino Babilake”

Saulo Miguez:

Saulo Miguez“Foi marcante pra mim porque lá assisti ao primeiro show da banda Maglore, que desde aquele dia virei fã. Lembro que peguei um folder e vi as atrações. Entre elas estava a Maglore. Nunca tinha ouvido falar da banda e,pelo nome, achei que fosse uma banda Hardcore. Foi curioso que,como o clima era muito informal e o show aconteceu na escada da Biblioteca, não dava pra distinguir direito quem era músico, quem era roadie, quem era produtor, aluno, público…era tudo muito misturado. Então,subi uns dois degraus da escada pra falar com alguém e, de repente, o  show começou. O público veio todo pra frente do palco e não dava mais pra eu descer. Acabei assistindo o show todo colado na banda.”

Dudu Assunção:

Dudu Assunção“Eu preferia aqui (na UFBA) porque tinha uma ideia de festival de várias coisas.  O pessoal ficava sentado na grama, espalhado, menos concentrado na frente palco. Acho que sempre dava mais gente do que o esperado. Como era um evento que atingia uma cena de rock em Salvador, que é relativamente pequena, todo mundo se conhecia, então a coisa fluía bem.”

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