Projeto Violões da UFBA traz repertório de choro e tango

Por Gilson Jorge

Há dois anos, o flautista João Liberato e o violonista Ricardo Vieira, ambos formados pela Escola de Música da UFBA (Emus) e residentes em Aracaju, onde lecionam, começaram a trabalhar no projeto de um duo de flauta e violão de sete cordas. A ideia era montar um repertório que fundisse a formação clássica da dupla com gêneros surgidos nos salões populares e que posteriormente conquistaram o respaldo das elites econômicas e acadêmicas, como o tango argentino e o brasileiríssimo choro.
O resultado desse trabalho será apresentado nesta quarta, 28, às 18h, na Capela do Instituto Federal da Bahia (antigo Colégio Maristas), no Canela, dentro do Violões da UFBA, Projeto de Extensão criado por Cristina Tourinho e Robson Barreto, professores da Emus, que até novembro traz uma série de apresentações da dupla com entrada franca nesse mesmo espaço e no Centro Cultural da Câmara Municipal do Salvador, que fica ao lado do Palácio Thomé de Souza, na Praça Municipal.

“O repertório foi pensado para o violão de sete cordas, que é um instrumento característico do choro, mas inclui também peças de Piazzolla, Egberto Gismonti e do carioca Marcos Ferrer”, explica Liberato, que é professor da Escola de Música da Universidade Federal de Sergipe. Desde que o projeto foi criado, a dupla tem dividido o tempo entre as salas de aula, apresentações na companhia do cantor Xangai e este projeto em duo.

A junção do tango com o choro em um mesmo repertório tem a ver com a origem dos dois gêneros, ambos desprezados inicialmente pela alta sociedade da Argentina e do Brasil, respectivamente, mas que deois se impuseram como autênticas representantes das duas culturas nacionais. Curiosamente, um dos mais conhecidos chorinhos, a canção Odeon, de Ernesto Nazareth, foi batizada pelo compositor como tango brasileiro, porque em 1909, ano de lançamento da música, o chorinho tinha muito menos prestígio no país do que o ritmo importado da região do Rio da Prata.

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