Comemorações do 2 de Julho são marcadas pela insatisfação popular

Além do tradicional desfile cívico, manifestantes de organizações da sociedade civil participaram do evento com diversas pautas. 

*Por Sophia Morais – estagiária voluntária Agência de Notícias em C, I e T

Os festejos do 2 de Julho em Salvador, como de praxe, foram marcados pela insatisfação popular. Com o civismo à flor da pele, a população acompanhou o tradicional cortejo, mesclando o som da fanfarra a vaias e gritos de ordem. A procissão da data histórica teve início na Lapinha, e sofreu uma bifurcação durante o trajeto: a banda encerrou seus trabalhos no Terreiro de Jesus, enquanto a manifestação seguiu até a prefeitura.

Apesar do forte policiamento e do histórico de violentas repressões, o clima era pacífico. O único “projétil” disparado durante as homenagens foi um copo de cerveja, em direção ao governador Jaques Wagner. O protesto uniu representantes de diversos movimentos, que nos dizeres dos seus respectivos cartazes, demonstraram a enorme extensão da pauta, indo desde pedidos por melhorias na conjuntura socioeconômica até a democratização do Esporte Clube Bahia.

Os movimentos e os motivos – Organizado via redes sociais e responsável pelo início da recente onda de protestos, o Movimento Passe Livre, que se autoproclama apartidário, tem seu enfoque na questão do transporte público. A principal exigência versa sobre a redução da tarifa e melhoria deste importante serviço para a população.

Já a Marcha das Vadias, movimento feminista cuja pauta central é o fim da violência contra mulher, simbólica e literal, também marcou presença no 2 de Julho. O carro-chefe do momento é a tentativa de impedir a  aprovação do estatuto do nascituro, projeto de lei que se encontra em trâmite no Congresso Nacional.

Servidores públicos, professores e médicos também compareceram. Apesar de se encaixarem em contextos diferentes, possuem em comum a defesa de melhores salários e ambientes de trabalho. Além da causa em comum, os profissionais da área de saúde expuseram sua discordância em relação à política de importação de médicos.

Há anos lutando pelos seus direitos, militantes dos movimentos LGBTS também compareceram. Dentre as reivindicações, destacou-se o repúdio ao projeto da cura gay, aprovado dia 18/06 pela comissão de direitos humanos da Câmara.

Irritados com a administração do clube, e revoltados com o desempenho do time nos últimos campeonatos, o movimento Bahia da Torcida pediu a saída do presidente Marcelo Guimarães Filho e a participação do torcedor nas decisões.

 

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