Economia Criativa em pauta

Durante sua participação em evento na Facom-UFBA, Cláudia Leitão falou sobre a importância de políticas públicas voltadas para este setor

Por Luiza Leão

Construir uma economia da cultura capaz de  incluir os pequenos produtores culturais e artistas. Esta foi a principal questão levantada pela ex-secretária de Economia Criativa do Ministério da Cultura, Cláudia Leitão, durante sua palestra sobre “Políticas Públicas para a Economia Criativa no Brasil”. A atividade foi mediada pelo ex-secretário de Cultura do Estado da Bahia, Albino Rubim e reuniu cerca de 80 pessoas no auditório da Faculdade de comunicação da UFBA.

Durante sua exposição, Cláudia Leitão falou sobre a importância da existência da Secretaria de Economia Criativa, e seu papel na formulação de políticas que valorizem os pequenos artistas, artesãos e produtores culturais e as suas criações, produções e comercializações. A secretaria que levou dois anos para ser criada, levou o mesmo tempo para ser extinta, estando sua função, atualmente, difundida nas demais secretarias culturais. “O perigo de uma coisa que está em todos os lugares é ela não estar em lugar algum”, criticou.

Leitão destacou, ainda, a necessidade de se pensar novas formas de financiamento, com formatos menos burocráticos. “Os editais precisam vir abertos para o povo e para a inovação e menos pensados na lógica do mercado. É importante apoiar o que não tem apoio”, defendeu.

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Foto: Luiza Leitão

O professor da Facom, Sérgio Sobreira acredita que o fundamental de um evento como esse é a troca de experiências. “Cláudia Leitão pensa dentro da contemporaneidade, articula uma série de conceitos que trazem ideias inovadoras e representam o que há de mais avançado que é uma nova forma de pensar a realidade, uma nova forma de entender a cultura no mundo”.

A palestrante considerou o encontro como um momento importante para pensar no rumo das políticas públicas e no papel da cultura na questão do desenvolvimento. Segundo ela, a plateia com elevado nível de conhecimento em áreas diferentes unida à mediação de Albino Rubim permitiu que informações fossem trazidas e que o grande objetivo é que novas ideias se repercutam em outros lugares. “Precisamos pensar no papel da comunicação para a cultura. Às vezes não sabemos o que está acontecendo dentro dos ministérios e vencemos o isolamento quando criamos essa interação”, destacou.

A mestranda em Cultura e Sociedade, Gleise Oliveira, considerou a vivência da ex-secretária como o diferencial da atividade. “Sua experiência política prática faz a gente refletir sobre o que temos estudado enquanto politicas públicas e enquanto política de cultura. Isso é fundamental. Esse tipo de evento precisa ser efetivado para que a gente tenha esse olhar e extrapole um pouco as paredes da universidade”, contou.

Também participaram do evento a diretora da Faculdade de Comunicação, Suzana Barbosa, e o diretor do Instituto de Humanidades, Artes e Ciências Professor Milton Santos (IHAC), Messias Bandeira.

 

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