Gilberto Gil e Juca Ferreira lançam livro “Cultura pela palavra” em Salvador

* Por Igor Tiago e Carol Oliveira

O músico Gilberto Gil e o político e sociólogo Juca Ferreira lançam livro que tem como tema central expor para sociedade o que foi realizado durante a gestão de ambos à frente do Ministério da Cultura (MinC), entre os anos 2003 e 2010.

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“O livro são textos da visão institucional do ministério da nossa época, são discursos, entrevistas e artigos em relação às ideias, aos modos de compreensão que a gente tinha sobre a cultura na época… É um livro de memórias”, define Gil acerca do livro Cultura Pela Palavra – Coletânia de artigos, entrevistas e discursos dos ministros da Cultura 2003 – 2010 que foi lançado na noite do dia 14 de maio, na Livraria Cultura, localizada no Shopping Salvador.

Organizado por autor, modalidade e ordem cronológica, o livro traz em 600 páginas uma variedade de temas, privilegiando os momentos mais incisivos e relevantes do conjunto de ações políticas idealizadas pelo Ministério na época. A coletânia traz 19 artigos que foram publicados na imprensa brasileira, 19 entrevistas que foram dadas a revistas e jornais do país e do mundo, além de 61 discursos proferidos no Brasil e no exterior. Entre os temas abordados no livro está a Lei Rouanet, que Gil acredita ser um mecanismo razoável e interessante. “Nós vivemos uma vida onde as empresas têm um papel muito grande. Então é importante a contribuição. Além disso, também há uma consciência ainda maior da responsabilidade social das empresas. Então a lei de incentivo é um recurso importante também por causa da escassez de recursos no Tesouro. O que a gente colocou no Ministério é que esses mecanismos vão necessitando de revisões por causas das transformações que vão havendo”, relata.

De acordo com a idealizadora do projeto, a Versal Editoras, o livro pretende recuperar ideias e manifestações que aconteceram no período em que o músico Gilberto Gil e o sociólogo e político brasileiro Juca Ferreira estavam à frente do Ministério da Cultura. Para José Enrique Barreiro, editor da Versal, “Cultura pela Palavra” é um acervo de ideias sobre a cultura brasileira, consistentes e condizentes com a nova realidade do país. A organização do livro ficou a cargo de Armando Almeida, economista e Doutor em Cultura e Sociedade, Maria Beatriz Albernaz, pedagoga e Doutora em Ciência da Literatura, e Mauricio Siqueira, sociólogo e doutor em Política de Ciência e Tecnologia. “Estou convencido de que as gestões de Gil e Juca alteraram radicalmente a visão que se tinha sobre políticas públicas no campo da cultura, não só no Brasil. Expor suas ideias e reflexões, registrando-as em livro, é uma maneira de acumular esta experiência”, afirma Armando Almeida.

Segundo Juca Ferreira, o livro aborda temas e questões importantes que deixar de discutir, tais como, em suas palavras, “a cultura, sua importância social, a importância do Estado Democrático, a garantia de direitos culturais para toda população, o apoio que é necessário para o desenvolvimento pleno das artes e da cultura em geral, além do desenvolvimento da economia”.

O evento contou com a presença de convidados importantes que prestigiaram o lançamento do livro, dentre eles a cantora baiana Margareth Menezes, o secretário de Cultura do Estado da Bahia Albino Rubim, além dos professores da Universidade Federal da Bahia Messias Bandeira, Paulo Miguez, Dulce Aquino, entre outros. “É importantíssimo que as políticas culturais sejam documentadas e analisadas. Um livro como esse recupera um conjunto de intervenções que foram da maior importância num momento extremamente privilegiado do Ministério da Cultura do Brasil. Eu fico muito feliz que esse livro tenha sido publicado e acho que ele vai ter uma repercussão muito importante pra cultura brasileira e principalmente pro campo das políticas culturais”, diz Albino Rubim.

O músico Gilberto Gil acredita que as dificuldades enfrentadas pelo Ministério da Cultura ainda são as mesmas que encontrou durante a sua gestão. “Orçamento é uma delas. Eu acho que essas questões continuam, a cultura ainda que tenha ganhado prestígio ainda não é valorizada no nível suficiente, no nível justo, no nível merecido”, conclui.

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