Edital ProExt-MEC 2015: propostas prorrogadas até 24 de março

UFBA pode concorrer com até 40 propostas de Programas de extensão e outras 40 de Projetos de Extensão. Este ano o Edital oferece 19 linhas temáticas.

*Da Redação – Lorena Caliman

Foi lançado no dia 7 de fevereiro, pelo Ministério da Educação (MEC) o Edital ProExt-MEC 2015 – que representa a principal fonte federal de financiamento à extensão universitária nas Instituições Públicas de Ensino Superior. Nesse edital, lançado anualmente, a Universidade Federal da Bahia (UFBA) pode concorrer com até 40 propostas para Programas de extensão e outras 40 para Projetos de extensão. As propostas podem ser cadastradas junto ao sistema do MEC (acesse aqui o edital) até o dia 24 de março, tendo 19 linhas temáticas disponíveis. A data limite, inicialmente prevista para o dia 17 de março, foi prorrogada por uma semana.

Para o edital de 2015, cada Programa poderá receber financiamento de até R$ 300 mil, com prazo de duração de 24 meses. Já o valor do financiamento para Projetos é de até R$ 100 mil, com prazo de realização de 12 meses. Tendo em vista a necessidade de tornar mais competitivas as propostas da Universidade, a Pró-Reitoria de Extensão (PROEXT) da UFBA indica a seus proponentes a leitura cuidadosa do Edital e a busca pela obtenção de notas o mais próximas possível das máximas em cada um dos quesitos de pontuação. Além disso, a PROEXT lançou uma página no sistema Moodle (acesse aqui) para facilitar a interação dos proponentes entre si e com a própria Pró-Reitoria. Os proponentes interessados em participar devem solicitar inscrição na página através de e-mail para lilian.costa.santana@gmail.com.

De acordo com o professor Dr. Pedro Rocha, Coordenador de Programas e Projetos de Extensão,  nos últimos anos a UFBA teve uma captação de recursos razoável, com extensionistas tendo programas e projetos contemplados por até três anos consecutivos. No entanto, a porcentagem de propostas vindas da UFBA e contempladas com recursos no último Edital (2014) foi baixa em comparação a outras instituições – ficando em cerca de 25%. Rocha defende que é possível dobrar a captação de 2014 em 2015, tornando as propostas da UFBA mais competitivas.

Programas e projetos da UFBA Um dos projetos já contemplados pelo edital Proext/MEC em edições anteriores é o “Programa de formação continuada de tutores em agroecologia em assentamentos da Região Metropolitana de Salvador”, coordenado pelas professoras Dra. Nair Casagrande (FACED) e Dra. Noeli Pertile (IGEO). De acordo com as professoras, o projeto surgiu de demandas de ampliação das atividades desenvolvidas pela disciplina de Atividade Curricular em Comunidades (ACC) “Educação Popular em Áreas de Reforma Agrária: os desafios da educação do campo”. A ACC teve início em 2008 e permitiu ações no âmbito da produção agrícola em áreas de assentamentos que contribuíssem para a auto-organização das comunidades em relação à produção coletiva e cooperativa. A partir daí, o Programa de extensão de formação continuada surgiu “das necessidades, constatadas junto às comunidades, de avançar na produção agrícola para garantia da segurança alimentar dos moradores, bem como para a comercialização da produção visando a melhoria da renda das famílias envolvidas”, explica a professora Dra. Nair Casagrande.

Tendo sido aprovado no Edital PROEXT/MEC 2011, o projeto em questão se efetivou no ano de 2012. Não foi aprovado no ano seguinte, quando contou, porém, com o financiamento obtido pelo Prêmio Universidade Solidária (UNISOL). No edital Proext/MEC de 2013, o projeto foi novamente aprovado e com isso retorna a sua execução em 2014. Além das professoras coordenadoras, o projeto de formação de tutores em agroecologia envolve uma equipe de dez bolsistas.

“As atividades desenvolvidas envolvem reuniões semanais na Faculdade de Educação, onde são realizados estudos, bem como a avaliação e o planejamento dos trabalhos realizados nas comunidades. Além disso, são realizadas atividades em quatro assentamentos de reforma agrária localizados na região metropolitana de Salvador, nos municípios de São Sebastião do Passé e Mata de São João”, conta a professora Nair. Os assentamentos em questão são Nova Panema, Recanto da Paz, Santa Maria e Bento.

Atividades do projeto de formação continuada de tutores em agroecologia
Atividades do projeto de formação continuada de tutores em agroecologia

Durante suas atividades, a equipe do projeto se desloca simultaneamente às quatro áreas em questão, desenvolvendo oficinas técnico-pedagógicas e ações de trabalho nos espaços de produção agrícola. A proposta é desenvolver a produção baseada na matriz da agroecologia, trabalhada em áreas de reforma agrária. O foco é fortalecer o trabalho coletivo e comunitário das comunidades, visando consolidar a produção das cadeias produtivas gestadas coletivamente pelas famílias envolvidas. O destaque dos trabalhos é a produção de frutíferas e instalação de uma agroindústria de beneficiamento de mandioca (casa-de-farinha), a partir da integração da criação animal junto com a implantação de Sistemas Agroflorestais (SAF’s).

Mais competitividade De acordo com o  Prof. Dr. Pedro Rocha, um dos destaques do Edital Proext/MEc é estimular justamente o foco da extensão universitária atual: a busca pela integração entre produção de conhecimento academicamente válido e socialmente relevante.

“Os Editais ProExt MEC financiam ações de extensão em temas vinculados às políticas públicas do país e, nesse sentido, visam à produção de conhecimento socialmente relevante. Ao mesmo tempo, os Editais exigem que as propostas tenham um sólido embasamento teórico e metodológico e, nesse sentido, visam à produção de conhecimento academicamente robusto. Para atingir esses objetivos, as ações de extensão precisam estabelecer diálogos entre diferentes disciplinas acadêmicas e, ao mesmo tempo, estabelecer diálogos entre a academia e os setores da sociedade relacionados àquelas políticas públicas”, explica o professor. Segundo ele, nenhuma forma de diálogo entre academia e sociedade é trivial, pois esbarra em problemas que vão da semântica à ética, exigindo método e perseverança.

Apesar dessas problemáticas, o professor defende que a interface dos conhecimentos tem tudo para ser frutífera, uma vez que o Edital Proext MEC desafia o poder criativo da academia e fornece condições para vencer desafios. A importância do apoio a programas e projetos de extensão se encontra também na possibilidade de financiar bolsas para estudantes de graduação, além de impactar na experiência de professores, funcionários técnico-administrativos e membros externos à universidade.

Ainda de acordo com o Professor Pedro Rocha, a participação de estudantes nos programas e projetos de extensão possui um potencial transformador imenso. “O estudante passa a compreender com mais profundidade os pontos de contato de sua formação acadêmica com questões relevantes da sociedade em que vive. Isso lhe garante um amadurecimento ao mesmo tempo acadêmico e cidadão que ele dificilmente alcançaria em outras situações na universidade”, resume.

 

 

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