Sessão de Trabalho debate Produção Cultural e Música

*Por Rayssa Guedes

Produção Cultural e Música foi o tema que guiou a sessão de trabalhos na sala 9 da Faculdade de Comunicação da UFBA (FACOM) na tarde desta quarta-feira, 02. Divididas em cinco momentos, as apresentações expuseram estudos dos mais diversos segmentos de música, tendo como temas: o Rap como elemento de contra-hegemonia; Guia de Produção do Rock; Produção do cenário do rock independente de Natal; Ouça o disco, veja a capa e Música, educação e cultura na Baixada Fluminense: uma pesquisa participativa.

Iniciando os trabalhos, Franciele Cruz, estudante da Universidade do Estado da Bahia (UNEB) apresentou sua tese “O rap como elemento de contrahegemonia” e discorreu sobre a posição adversa que o gênero rap e seus agentes (músicos, produtores, etc) têm frente ao preconceito e a segmentação provocada pela mídia, destacando as letras de rap que discutem temas como opressão e desigualdade social. Franciele ainda refletiu acerca da necessidade – quase que recorrente – que os cantores do gênero possuem de se moldarem ao mercado, acabando por destoar dos seus objetivos iniciais. A estudante citou o rapper Emicida como exemplo.

“Guia de Produção do Rock”, trabalho apresentado pela estudante da UFBA Clara Marques Campos, é um site que busca atender as necessidades e curiosidades que músicos, produtores e aspirantes possuem no que diz respeito aos processos de produção de rock independente. Estrutura e Técnica, Agenciamento e Promoção, Formação e Prática, Mídia e Circulação, Gravação e Distribuição, Arte e Vídeo são algumas das categorias em que Clara Campos realizou um estudo minucioso. Em seu site, ela oferece informações precisas vindas de sua pesquisa. Outro trabalho em que o rock é tema é o do grupo composto por Larissa Pereira, Emanuela Maria e Celso Alves, da IFRN. Eles apresentaram a “Produção do cenário do rock independente de Natal (RN)” falando sobre as bandas locais que persistem em tocar em lugares no qual a visibilidade, o retorno financeiro e o prestígio são sabidamente escassos. Celso Alves comenta que, embasados em sua pesquisa, o grupo pôde perceber que o que move tais bandas a continuar fazendo “onde nada se sustenta” é o amor pela música e a vontade de fazer algo novo.

Foto: Carla Galrão
Foto: Carla Galrão

Memória – “Ouça o disco, veja a capa – Preservando a memória visual da MPB” foi o tema do trabalho de Nathaly Avelino, estudante do IFRJ, que busca resgatar historicamente capas de discos clássicos da MPB das décadas de 1960 e 70. Exibindo exemplos como as capas dos discos “Tropicália ou Panis et Circencis” e “Caetano Veloso”, Nathaly fez um apanhado das fichas técnicas dos produtores das capas, contou as histórias sobre a produção e suas respectivas influências.  Fechando as apresentações de trabalhos, “Música, educação e cultura na Baixada Fluminense: uma pesquisa participativa” foi tema do estudo realizado pelo grupo do IFRJ composto por Alvaro Nader, Daniel Barros, Irla Franco e Rodrigo Caetano. Sustentabilidade musical, manifestações características da região e iniciativas foram alguns pontos discutidos pelo grupo que trouxe como medida socializadora, igualitária e informacional da região a criação e institucionalização de grupos culturais que trabalhem integrando música e educação.

 

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