VISITA AGENDADA: Escola de Teatro da UFBA e sua natureza “extensionista”

A ETUFBA é bastante conhecida por suas atividades de extensão que, após finalizadas, têm o resultado final do processo exposto               

Por Greice Mara

A Escola de Teatro da UFBA (ETUFBA) foi fundada por Martim Gonçalves em 1956 e, juntamente com as Escolas de Dança e Música, formaram o que foram as primeiras instituições dessas áreas no Brasil. A Escola foi fundada com a perspectiva de formar atores e diretores inicialmente em um curso de natureza técnica universitária, o que muda anos depois quando se instalam os bacharelados na UFBA. O currículo sofreu reforma em 2015 e a grade deixou de ser modular –  onde o estudante tinha apenas uma disciplina que se dividia em outras – e passou ser mais flexível, dando cerca de 30% da carga horária para optativas. 

A ETUFBA é bastante conhecida por suas atividades de extensão que, após finalizadas, têm o resultado final do processo exposto.Para o diretor da Escola, Luiz Cláudio Cajaíba, “a natureza da Escola de Teatro é extensionista. Tudo que a gente faz é para ser mostrado”. Ele  explica que toda atividade de extensão é promovida por um professor, aluno ou técnico e, caso alguém tenha interesse em promover uma atividade, é necessário que um projeto seja submetido no SIATEX, sistema que unifica toda a produção extensionista da UFBA, para ser avaliado e aprovado na congregação.

A duração dos projetos é variável, podem durar semanas, meses ou anos. A Escola tem uma série de projetos aprovados durante todo ano letivo, essas atividades envolvem oficinas, workshops, eventos, seminários, congressos e resultam tanto em apresentações artísticas quanto em apresentações de cunho acadêmico.

Cajaíba conta que o Programa de Pós Graduação da ETUFBA é bastante atuante e bem qualificado. É o único programa de artes do Brasil que possui uma avaliação de excelência pela Capes. Dentro do Programa há uma série de grupos de pesquisa que abrigam boa parte das produções acadêmicas da Escola. Esses grupos, muitas vezes, promovem uma ponte entre a graduação e a pós, já que os pós graduandos acabam realizando parte de seu trabalho de campo na graduação. Ao final dos anos letivos, os grupos de pesquisa promovem mostras artísticas a partir das pesquisas desenvolvidas com bolsistas e voluntários.

Principais atividades de extensão

Curso Livre de Teatro – Criado em 1985, desenvolve anualmente oficinas de iniciação ao teatro e de aperfeiçoamento para atores e atrizes, realizando espetáculos teatrais durante o processo. O Curso consiste em um campo de investigação de propostas contemporâneas de linguagem cênica, além de representar uma oportunidade de iniciação ao teatro para quem não possui experiência anterior e de aperfeiçoamento para os atores amadores. Com aulas diárias de expressão corporal e vocal, artes visuais, interpretação, canto e dramaturgia, atualmente, O Curso Livre de Teatro está em sua 29ª edição, sob a coordenação do prof.º Daniel Marques. De sua fundação para cá, foram 29 espetáculos apresentados.

Ato de 4 – É um núcleo criado por alunos de graduação, em 1996, como parte da comemoração dos 40 anos da Escola de Teatro da UFBA. O projeto visa a manutenção de um espaço laboratório para experimentação de cenas. Constitui-se em montagens dinâmicas de peças de curta duração e/ou de cenas selecionadas de peças teatrais apresentadas em grupos de quatro. Todas são dirigidas e interpretadas pelos próprios alunos da Escola de Teatro. As apresentações ocorrem todas as segundas-feira, a partir das 19h, na Sala Experimental da Escola – Sala 5.

Em 2015, foi realizada a I Premiação do Ato de 4, o PremiAto, que aconteceu no dia 21 de Dezembro, com a intenção de premiar as quatro cenas propostas no projeto que se destacaram no decorrer do ano. Através de um recurso cedido pela PROEXT foi oferecido um troféu e um prêmio em dinheiro no valor de R$ 250,00 (duzentos e cinquenta reais) para as cenas vencedoras.

Cia de Teatro da UFBA – Fundada em 1981, é formada por professores, técnicos, alunos estagiários e artistas convidados. É voltada basicamente para a criação e produção de espetáculos. A Cia de Teatro atua na  realização de montagens de alto valor artístico, além da divulgação tanto de textos inéditos quanto outros pouco conhecidos e identificação de tendências emergentes na dramaturgia em paralelo com a releitura dos clássicos. Ela já produziu 46 espetáculos e ganhou mais de 20 prêmios, entre troféus locais, regionais e nacionais.

Leituras dramáticas – O Ciclo Permanente de Leituras Dramáticas foi criado em 1984. Ele promove a divulgação, através de leituras dramáticas e debates, de textos teatrais de todo o mundo, estabelecendo, a cada ano, um tema. Ainda como parte do projeto, é ministrada uma oficina de leitura para atores. Ao longo das três décadas de existência do Ciclo, muitos autores desconhecidos no Brasil ganharam encenações a partir das leituras realizadas pelo programa. Em 2015, o projeto de Leituras Dramáticas retornou suas atividades.

PretAto – O projeto ainda não está  cadastrado oficialmente no SIATEX como uma atividade de extensão, pois  não ter um professor à frente. Mas  o PretAto oferece ações todas as terças-feiras, a partir das 19h, de forma gratuita, apresentando quatro cenas distintas cuja equipe de produção e encenação são compostas por composta por pessoas negras.

Grupos de pesquisa

GIPE-CIT – Grupo Interdisciplinar de Pesquisa e Extensão em Contemporaneidade, Imaginário e Teatralidade.

Coordenação: Cláudio Cajaíba

Vice-coordenação: Ciane Fernandes

G-PEC – Grupo de Pesquisa em Encenação Contemporânea

Coordenação: Érico José Souza de Oliveira

Vice-coordenação: Gláucio Machado Santos

POÉTICAS TECNOLÓGICAS

Coordenação: Ivani Santana

NET POP

Coordenação: Eliene Benício

Vice-coordenação: Luis Cláudio Cajaíba

DRAMATIS – Dramaturgia: mídias, teoria, crítica e criação

Coordenação: Cleise Furtado Mendes