Agenda Indica: três obras do Studio Ghibli que vão emocionar você

Indico aqui alguns filmes que me marcaram e, certamente, vão te tocar de alguma forma 

 

Por Ruan Amorim

 

Na última semana, iniciamos um quadro de entretenimento, o “Agenda Indica”, em que os repórteres da Agenda fazem indicações de diversos conteúdos para descontração. Hoje, a nossa segunda edição entra em cena, então fique ligadinho ou ligadinha no nosso Instagram para não perder as dicas animadas. Caso esteja vindo de lá, pois tem o desejo de saber um pouquinho mais sobre o que foi indicado, abaixo temos as informações que precisa!

A bola da vez são as obras do Studio Ghibli. Quem conhece esse estúdio de animação japonês sabe o quão emocionantes e lindas esteticamente são as produções. Entre tantas narrativas, eis aqui a indicação de três, mas vale a pena assistir todas! 

 

A Viagem de Chihiro

Essa obra é dona de um Oscar de melhor animação, que foi bem merecido (assista e entenda o porquê). O longa-metragem é de 2001, mas fez a conquista em 2003. Escrito e dirigido por Hayao Miyazaki, o filme acompanha Chihiro, uma garota de 10 anos, que descobre um mundo secreto de espíritos estranhos, criaturas mágicas e feitiçaria. 

O desenrolar da história ocorre através de uma viagem de mudança. Aliás, mudar e ficar mais forte são coisas bem presentes no enredo, assim como permanecer e saber quem é, quem você é (já se fez essa pergunta: quem eu sou?). Chihiro está indo morar em outra cidade com os seus pais. Para chegar mais rápido ao destino, o seu pai, que está dirigindo, decide pegar um atalho que resulta tanto em se perder quanto em encontrar um lugar abandonado. 

Nesse local, os pais da menina encontram uma mesa repleta de comida, cedem à tentação e viram porcos ao se alimentarem. A partir disso, um mundo mágico se revela e, para resgatar seus pais, a garota terá que enfrentar a bruxa Yubaba que o governa. Com a ajuda de Haku, a menina a enfrenta e coloca nós, os telespectadores, em uma imersão poética e crítica ao capitalismo. São muitas as simbologias e metáforas que a obra traz. Questões de identidade, mudanças, coragem, amor, bondade e inocência, além de denunciar o trabalho infantil em casas de banho no Japão.  Tudo isso é apresentado por uma garota de 10 anos, que traz à tona as particularidades do universo feminino no período da infância.

 

O Túmulo dos Vagalumes

Essa é uma das poucas animações que conseguiu me fazer chorar. No meu ranking de filmes, o primeiro lugar é dele. Embora me faça sofrer pelos personagens, eu levo em consideração todos os detalhes. A trilha sonora, as cores, a história e a crítica, que é atemporal. Garanto para você que está lendo: é uma grande obra. Linda, muito sensível e realista. Saber reproduzir o real com tanta leveza, é uma característica marcante do Studio Ghibli.

O longa é de 1988 e é baseado no conto semi-autobiográfico de mesmo nome, de Akiyuki Nosaka, publicado em 1967. Escrito e dirigido por Isao Takahata e animado pelo Studio Ghibli, o filme nos mostra a guerra e seus efeitos catastróficos na humanidade. Mas isso é feito de maneira sensível, de forma que você até pode esquecer que está assistindo um filme que tem como pano de fundo a segunda guerra mundial, um diálogo de vida, inocência, conflito e morte.     

A animação se passa na cidade de Kobe, no Japão Imperial, os personagens que dão vida a narrativa são os irmãos Seita e Setsuko. Eles representam, para mim, vagalumes que iluminam a escuridão com a inocência, mas, infelizmente, é necessário um grande volume de luz para iluminar as trevas, duas pessoas nunca foram o suficiente. Por isso, foram engolidos e passaram a simbolizar os incontáveis fantasmas deixados para trás.

O filme mostra a luta pela sobrevivência das duas crianças em meio à pobreza e à miséria que assolaram o Japão durante o conflito responsável por muitas mortes. É uma história triste, mas não deixa de ser perfeita. Como falei, levo em consideração todos os detalhes. 

 

O Castelo Animado

Dono da minha infância, do meu coração. Lembro-me bem quando ganhei o DVD desse filme. Quantos dias passei assistindo até o ponto que o disco ficasse com tantos arranhões e me impossibilitasse de imergir em um universo formidável e mágico. Que bom que a tecnologia está em constante evolução, assim eu posso assistir essa obra na Netflix quando eu quiser. 

O Castelo Animado é de 2004, produzido por Hayao Miyazaki, com base no livro de mesmo nome, da  escritora inglesa Diana Wynne Jones. O filme fala de guerra, magia e transformação, além de fazer críticas fundamentais à influência dos humanos sobre a natureza. Isso fica explícito nas paisagens intocadas em comparação com as que foram abaladas pela presença da humanidade. 

Na obra, acompanhamos a história de Sophie, uma jovem sem ambições, que tem como único objetivo manter a chapelaria da família. Mas a sua perspectiva de futuro muda quando encontra o jovem feiticeiro Howl. Depois desse acontecimento, a personagem é enfeitiçada pela Bruxa das Terras Abandonadas, que a transforma em uma idosa.

Assim, Sophie decide sair de casa em busca de alternativas para quebrar o feitiço. Vagando sem rumo, acaba entrando no Castelo Animado, que é do jovem feiticeiro que ela havia encontrado por acaso. Desse momento em diante, Sophie vive diversas aventuras, que têm como pano de fundo uma guerra. O filme é repleto de simbolismo e discute questões como poderio militar, individualismo, aceitação e liberdade. São inúmeras as críticas que a obra faz, entre elas, às nações que esbanjam todo o aparato militar e à destruição da natureza pela ação do homem devido aos conflitos armados

 

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