Dôra Araújo expõe seu jardim na Galeria Cañizares

A exposição é um convite da artista para que o público passe um tempo em seu jardim, um lugar de apreciação onde não há preocupações ou correria cotidiana

Por Kelven Figueiredo

A exposição “Eu vou criar um jardim pra viver porque esse mundo anda muito estranho” da artista plástica Dora Araújo fica em cartaz, na Galeria Cañizares, até o dia 25 de agosto, na Escola de Belas Artes, localizada no Canela. A mostra é aberta ao público e possui entrada franca. O jardim que conta com, quadros, peças de bordado e crochê em 3D ambienta seu público na narrativa contada pela artista. Segundo Dôra, a exposição tem muita semelhança com o jardim que ela cultiva em sua casa. A mostra é convite da artista ao público para gastar um tempo em seu jardim, um lugar de apreciação onde não há preocupações ou correria cotidiana.

A paixão da artista  por jardins vem desde sempre e esse não foi o primeiro cultivado por ela. O primeiro começou a ser feito em 2006 de forma inteiramente digital, cabia num site. O projeto durou alguns anos e todo dia Dôra plantava algo diferente por meio da pintura digital. Não satisfeita, ela resolveu cultivar um jardim real, já que desde sempre foi encantada com a natureza e a forma como tudo nela se harmoniza. Dôra declara que o processo em cultivar suas plantinhas, observá-las e regá-las foi o que a trouxe até o jardim que podemos visitar hoje na Cañizares.

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Visitantes podem usar as peças expostas / Foto: Geovana Côrtes

A exposição, que nos conta uma história e nos conduz até o jardim de Dôra, dispõe de peças de crochê usáveis pelos visitantes. Talvez um convite tímido de uma artista igualmente tímida, para se sentir mais à vontade em seu mundo e integrar-se a história. Entre as peças constam máscaras, chapéus, capas e luvas prontas para serem vestidas. A mostra exibe o trabalho de quase cinco meses de produção intensiva. Durante o período em que a mostra estiver em cartaz ainda serão oferecidas duas oficinas: uma de bordado com a presença do Clube Bordô (11/08) e outra de crochê em 3D (18/08), às 14h, na Galeria.

No jardim também é possível ver um vestido de crochê repleto de flores que ela diz ser uma homenagem a sua mãe, quem a iniciou nas artes têxteis quando ainda tinha apenas 9 anos. Embora tenha seguido caminhos diferentes e só em 2013 retomado e aperfeiçoado seu talento com as agulhas, a técnica de Dôra impressiona e a estética encanta os convidados para passar um tempinho em seu jardim.

“Tudo começou quando eu fui em uma festa com um vestido de crochê que eu mesma havia costurado e então as pessoas não pararam de elogiar, foi aí que eu disse comigo mesma ‘aí tem’”, revelou Dôra. Desde então, ela montou sua grife de roupas no instagram e paralelo a isso toca seus projetos pessoais no ramo da arte têxtil. Viciada em pesquisar tendências e referências das artes visuais e fotografia principalmente, a artista afirma que uma  suas principais referências são a cantora Björk e a natureza.

A artista homenageou a mãe com um vestido / Foto: Geovana Côrtes
A artista homenageou a mãe com um vestido / Foto: Geovana Côrtes

A estudante de Decoração, Beatriz Gomes,  disse estar impressionada com o material exposto e adorado a oportunidade concedida pela artista de fazer parte da história. “A técnica que ela usa é impressionante mesmo” ressaltou a estudante.

Formada pela EBA em Artes Plásticas na turma de 1997, Dôra já fez de tudo, desde programação, fotografia, ilustração digital até as artes manuais ela percorreu um longo caminho. Em 2006 foi a única mulher entre os 15 finalista do Peixe Grande, a premiação avalia os melhores sites do país e é considerada um dos mais importantes eventos de premiação da internet.

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