Onde comer na UFBA? Estudantes criam página para ajudar comunidade da universidade

Perfil no Instagram já conta com mais de mil seguidores e é abastecido por indicações do próprio público

Por Ícaro Lima

“Tá na laricona? Então esse perfil é para você, meu sofredor ufbano que quer comer umas gostosuras econômicas”. É assim que se apresenta a página “Onde comer na UFBA?” (@ondecomernaufba), um perfil no Instagram que reúne dicas e avaliações de pontos da universidade nos quais os alunos podem saciar a fome com algo bom e barato, seja de vendedores de fora ou alunos que costumam vender lanches para conseguir um dinheiro extra. 

Quem administra o perfil são as estudantes Ana Carolina Assis, 20, que cursa Serviço Social, e Emília Barreto, 19, do BI de Artes. Elas contam que a ideia de criar o projeto surgiu de uma necessidade pessoal que passaram. 

“Neste semestre a gente tem que almoçar aqui na UFBA, pelo menos, cinco dias na semana. Então como eu sou acostumada em vir para a aula e depois voltar para casa para almoçar, a gente não tinha essa necessidade. Mas agora que a gente almoça sempre aqui ou então tem que comer um lanche, a gente não tem ideia de onde ir e comer uma coisa gostosa, porque às vezes também a gente se arrepende, gasta numa coisa que não é tão boa [risos]”, explica Ana Carolina. 

Emília, que entrou na UFBA no início desse ano, chegou a passar mal quando comeu no R.U. de Ondina, logo na primeira semana do semestre. “Aí eu falei: ‘Velho, não tem nenhuma lista, nenhum site que fala onde comer aqui?”. E Ana Carolina respondeu: “É, não tem, mas poderia”. Foi daí que surgiu a página. 

Como funciona
Desde a primeira postagem, no último dia 19 agosto, elas mantêm uma dinâmica de divulgação dos lugares de vendas de almoços e lanches que envolve os três campus da universidade. Nas legendas das imagens dos produtos, elas explicam os preços, horários de funcionamento, contato dos vendedores, formas de pagamento e, muitas vezes, a avaliação que fizeram do sabor de cada peça. 

Foto: Monique Feitosa
Foto: Monique Feitosa

Mas qual o critério de escolha dos lugares avaliados? Ana Carolina conta que a principal fonte de conhecimento dos vendedores da UFBA vem dos próprios seguidores da página, que indicam lugares que costumam comer ou ajudam a anunciar um colega que está começando a desenvolver algum trabalho. “Tem as recomendações das pessoas, e a gente tenta priorizar o que a gente comeu para também não divulgar uma coisa ruim”.

Crescimento
Sobre o rápido crescimento da página, que já conta com mais de mil seguidores, a dupla conta que não esperava que o perfil fosse se tornar popular tão rapidamente. Elas acreditam que um fato que ajudou bastante nisso foi uma ação realizada em parceria com dois pontos de venda, realizada no mês passado, na qual sorteou para três seguidores uma barca com doces de chocolate e bolos de pote. 

Apesar do alto número de pedidos dos seguidores, junto com a correria diária das atividades das duas, elas avaliam que a rotina de manutenção da página está sendo tranquila. O que dificulta esse processo, segundo Emília, é a locomoção até os lugares. “Eu estudo em Ondina e ela [Ana Carolina] em São Lázaro, então quando é no Canela, é todo um processo”.

Foto: Monique Feitosa
Foto: Monique Feitosa

Futuro
Em relação aos planos para o futuro da página, novas ideias já estão sendo elaboradas. Como revela Emília, existe uma intenção de trazer mais informações nas postagens, humanizando mais os vendedores  “A gente está aberto para tudo. Essa semana a gente deve começar um novo tipo de post, que é para mostrar a história por trás do vendedor, dos estudantes, o porquê que eles vendem”, diz. 

Elas contam que a ideia dessa nova abordagem surgiu após receberem um depoimento de uma estudante que pediu para ter seu produto divulgado e expôs o motivo de estar ter começado aquela venda. 

“Ela trouxe as informações que a gente pediu pra fazer a postagem falou: ‘Vocês também querem saber porquê eu vendo? Porque eu vou fazer intercâmbio, e aí eu vendo empada para isso’. Então é uma forma de humanizar também os vendedores, não ser só um produto”, completa Emília. 

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