Ciclo formativo incentiva inserção de negros na pós-graduação

A primeira edição do Opará Saberes auxiliou vinte projetos de pessoas negras, incluindo alguns aprovados em vagas de doutorado em programas da UFBA

Por: Glenda Dantas

Começa na próxima terça, 24, o 2ª Ciclo Formativo Opará Saberes. O evento visa incentivar a entrada e permanência de negras e negros nos programas de  pós-graduação  e oferece orientações gratuitas de suporte teórico e metodológico, além de apoio psicológico e acompanhamento dos projetos. A programação do evento se estende até o dia 09 de novembro. A participação é gratuita e garante certificados.

Para a conferência de abertura, está confirmada a mesa “Teoria do Pensamento Branco: Branquitude e Branquidade”, com o professor Lourenço Cardoso,  a ocorrer dia 24 no auditório da Faculdade de Arquitetura da UFBA, na Federação, às 14h. O ciclo também contará com a presença da filósofa  feminista Djamila Ribeiro, na mesa “O Pensamento de Simone de Beauvoir sob o olhar de uma filósofa negra”.

De acordo com a organização, o evento surge a partir da necessidade de enfrentar as dinâmicas sociais, econômicas e políticas que precarizam a educação pública no Brasil e dificultam o acesso e ingresso da população negra nos cursos de nível superior nas universidades estaduais e federais. Para eles, na pós-graduação, as barreiras impostas ainda são maiores, tanto nas aprovações dos projetos, quanto na permanência destes estudantes, sobretudo daqueles  que tratam de temáticas raciais em suas pesquisas.

Carla Akotirene, idealizadora do Opará Saberes e professora da UFBA, afirma que a universidade é um espaço de disputa de poder. Para ela, é inadmissível a produção acadêmica beber quase exclusivamente de fontes européias e estadunidense. A primeira edição do Opará Saberes auxiliou vinte projetos de pessoas negras, incluindo alguns aprovados em vagas de doutorado em programas da UFBA.

Contibuições

A Rede Dandaras auxiliará na abordagem psicossocial junto às candidaturas, tendo em vista que o “racismo boicota o desenvolvimento intelectual e a autoestima de pessoas negras inscritas em processos acadêmicos”. Já a preparação instrumental para provas de inglês e língua portuguesa terá orientação da Dra. Raquel Luciana Souza.

Os suportes teóricos sobre criminologia crítica, direito e racismo estão no comando das formadoras – e advogadas – Gabriela Ramos e Tatiana Emília Dias, ambas do Programa Direito e Relações Raciais da UFBA. O Dr. Cristiano Rodrigues, professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) auxilia nos projetos voltados aos estudos feministas, gênero e mulheres, junto com as Dras. Ângela Figueiredo, Zelinda Barros e Cristiane Souza.

Também são parceiros da iniciativa o Grupo Gira/UFBA, o projeto Diálogos Insubmissos de Mulheres Negras e o Grupo de Atuação Especial em Defesa da Mulher (GEDEM) do Ministério Público do Estado da Bahia.

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