Grupo Canto do Conto fará contação de histórias na véspera do Dia das Crianças

Por Milena Abreu

Em comemoração ao Dia das Crianças, o grupo Canto do Conto irá se reunir, na véspera do dia 12, para fazer contação de histórias às crianças. O palco desse evento será o Centro Cultural Plataforma, no subúrbio ferroviário de Salvador, às 15 horas. O custo da apresentação é somente 1 kg de alimento não perecível, que será doado para uma instituição infantil. Os integrantes do Canto farão encenações das histórias, com direito às roupas e maquiagens características de seus personagens. Além disso, usará músicas ao vivo como trilha e alguns clássicos do MPB, como Chico Buarque.

O Canto do Conto é um projeto proveniente da pesquisa “Narrativas da Chapada Diamantina”, desenvolvido por Clarissa Braga, jornalista e doutora em educação. Desde 2004, o estudo registra mitos e personagens da Chapada, com foco na cultura infantil. Foi a partir desse trabalho que surgiu a ideia de trazer os personagens das histórias encontradas para os centros de aprendizagem em Salvador. Com intuito de expansão, o grupo transformou os contos da região em apresentações e em leituras dramáticas.

O objetivo do Canto do Conto é capacitar seus integrantes na arte de contar histórias, disseminando a cultura da Chapada pelas escolas públicas de Salvador. A atividade do grupo é dramatizar, através do teatro, da música, dos fantoches, de “dedoches”, entre outras formas, as histórias encontradas nas pesquisas, para que possam ensinar às crianças uma cultura que está além daquela que se aprende em livros didáticos ou nos contos clássicos. Dessa forma, as crianças passam a refletir sobre importantes valores de nossa cultura, através do divertido universo colorido e mágico da contação de histórias.

Não são todos os contos pesquisados que são utilizados pelos contadores de história. As escolhidas são aquelas de cunho pedagógico e que abrangem diferentes fases da infância. Como exemplo, Ramon Maia, um dos integrantes do projeto, disse que foram escolhidos contos que mostram noções de quente e frio, grande e pequeno, para as crianças menores. Já para as mais velhas, foram contadas histórias educativas sobre recliclagem e direitos dos animais. “Os contos trabalhados nunca são exatamente os que foram encontrados nas pesquisas; há sempre uma adaptação das histórias, como no caso de Lili trancinhas, que foi adaptada do conto Caixinhos Dourados”, completa Maia.

Hoje, o projeto possui 20 alunos da UFBA, de diferentes cursos, que recebem bolsa. Clarissa Braga, que também é a coordenadora do Canto do Conto, disse que, com o crescimento do projeto, eles começaram a pensar mais em buscar ajuda financeira. “O projeto já recebe ajuda de transporte da UFBA e já recebemos contribuições da Feira Literária Internacional da Chapada Diamantina (FLICH)”, explica.

O alvo principal deles são escolas e espaços de aprendizagem, como bibliotecas, museus, ONGs, creches e orfanatos, mas, segundo Clarissa, onde tem criança, pode ter o Canto do Conto. Hoje, eles não somente buscam lugares para se apresentar, como, muitas vezes, são também convidados, pois estão sendo cada vez mais reconhecidos. Desde 2012, o grupo se apresenta quinzenalmente ou mensalmente na Escola Municipal Paroquial da Vitória, semanalmente na Creche da UFBA e quinzenalmente na Legião da Boa Vontade (LBV). Além disso, foram também convidados para se apresentarem na FLICH, no Centro Cultural da Câmera Municipal de Salvador, no Centro Cultural de Plataforma, na  Associação Pássaros das Águas (a associação de terreiros de Cajazeiras), no Museu Carlos Costa Pinto e em um evento do Tribural Regional Eleitoral (TRE), que envolve crianças e adolescentes de escolas públicas. “O mês de outubro está lotado”, comemorou a coordenadora.

Os contos apresentados no sábado, 11, serão:

– Lili Trancinhas: adaptação da história “Cachinhos Dourados” – enquanto espera o mingau de milho esfriar, a família de raposos (mãe, pai e filha) passeia. Uma menina de trancinhas que passava pela porta ouve um vento e, com medo, resolve entrar na casa.

– A Porquinha Chiquita: uma porquinha, depois de muito tempo vivendo em uma feira, foi vendida a um fazendeiro e, ao chegar a fazenda, é excluída por outros animais que, para justificar, diziam: “quem anda com porcos, farelos come”.

– O Canto mais Lindo que já se Ouviu: todos os dias a menina Joaninha vê um passarinho cantar na sua janela. Chateada porque o passarinho não fica muito tempo, ela resolve prendê-lo em casa. Mas, o passarinho começa a ficar triste e para de cantar.

– Amigos de Repente: em um cidadezinha chamada Findimundo, existia um violeiro de prenome Honorato, que todo fim de tarde ia para a pracinha cantar músicas bonitas. Mas, entediado, ele começou a cantarolar os “causos” dos moradores do lugar. Até que chega na cidade um outro violeiro chamado Ramon.

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