Macaxeira: evento na UFBA perpetua os tradicionais festejos juninos

Organizado por estudantes de Produção Cultural, o evento contou com brincadeiras juninas, barraquinhas de comidas típicas, apresentação da quadrilha Junina da UFBA e bandas

Por: Glenda Dantas

A área externa da Biblioteca Central da UFBA, em Ondina, se transformou em um ‘arraiá’ na última sexta (13). As cinco atrações do Macaxeira atraíram estudantes, professores e visitantes, para forrozear no São João fora de época. O evento promoveu, no cenário cultural da universidade, diversas expressões e linguagens artísticas que se afirmam nos festejos juninos.

As escolhas das atrações foram certeiras na tentativa de fazer um resgate do forró pé de serra. A banda Coração Zabumzeiro, e o cantor Eugênio Cerqueira, por exemplo, agitaram o público com um repertório repleto de clássicos do rei do baião, Luiz Gonzaga. Mas não parou por aí, a programação contou ainda com brincadeiras juninas, barraquinhas de comidas típicas, apresentação da quadrilha Junina da UFBA, e do grupo Samba Junino de Tororó, que une os festejos juninos, com o samba duro.

Para Mariana Farias, estudante de Educação Física, o evento foi marcante, pois quem não curtiu o São João, pôde matar as saudades. “Eu tô gostando, principalmente por ser aqui na Praça das Artes, que é um ponto estratégico para quem tá saindo do RU, das aulas, que foi o meu caso. Eu aproveitei e vim curtir esse São João fora de época”.

Ela reiterou a importância de festas como essa dentro da universidade. “A gente acaba procurando isso fora daqui, no Pelourinho e em outros espaços, porque aqui não tem, por isso achei essa proposta muito boa”, complementou.

A estudante de Licenciatura em Dança, Jéssica Costa, também aprovou a proposta do Macaxeira. “Eu tô adorando, porque eu não passei o São João aqui e essa festa acabou aproximando o festejos para dentro da UFBA, que nunca tem nada. É  um pedacinho do nosso mundo lá fora que é trazido pra cá. Também fazemos trocas com outros estudantes”, contou.

Tradicional x Novo
Apesar de a proposta do evento ser resgatar a tradição desta festa popular, aspectos de diversidade foram incorporados também, como a apresentação do grupo Samba Junino de Tororó, e a apresentação da festa comandada pela performer e drag queen Malaika.

Ela, que já participou de outros eventos na UFBA, afirma que gosta de se apresentar nesse ambiente, pois o público é normalmente muito receptivo e que respeita a diversidade. Ela destaca a necessidade de repensar o tradicional.

“As festas juninas são muito potentes a nível de cultura popular. É algo genuíno da nossa terra, por isso precisa ser valorizado e acontecer fora de época, para tornar essa manifestação algo mais presente. E mesmo perpassando pelo lugar de tradicionalismo, o fato de estar se perpetuando até hoje deduz ressignificações também, para que todas as pessoas se sintam abraçadas, por isso minha presença é apresentar novos elementos”.

O produtor artístico do evento, Henrique Costa, explica que “as bandas foram pensadas para fazer um resgate do São João tradicional, mas sem deixar de lado questões da atualidade e que, estando presentes, modificam o olhar das pessoas e atraem públicos diversificados”.

O projeto
A elaboração do evento é o trabalho final da disciplina COM133 – Oficina de Produção Cultural, ministrada pelo professor Leonardo Costa. Foram 21 alunos que desenvolveram o projeto e concretizaram o Macaxeira. O fato de muitos estudantes da turma serem do interior foi preponderante para a escolha do tema, explica Henrique.

“Houve uma votação sobre o que seria o evento e após várias sugestões e discussões, a mais votada foi o Macaxeira. Foi unanimidade pelo fato de a turma ter muita gente do interior, e pensamos isso para além da sala, mas a UFBA como um todo”, contou o estudante.

Experiência
Rafael Souza, que trabalhou na comunicação do evento, conta que a experiência para ele “foi um pouco difícil no início”. “A gente já pega a disciplina sem ter tido outras experiências antes, pegamos a matéria meio que tateando, mas fomos aprendendo na prática, e no final foi muito gratificante”, relatou.

Para Henrique, que já tinha experiência com organizações de eventos, foi um pouco diferente: “Já tinha experiência, mas foi a primeira vez que organizei um evento grande, e apesar da correria, do estresse, ver no final o projeto concretizado é muito recompensador”.

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