Como será o Enecult 2020 online? Saiba como vai funcionar novo formato do evento

A XVI edição será realizada em setembro, entre os dias 15 e 18

Por Laiz Menezes*

Com temática “Cultura é Vida”, a XVI edição do Encontro de Estudos Multidisciplinares em Cultura (Enecult) será realizado em setembro, entre os dias 15 e 18. Com formato virtual e diferente de como ocorre presencialmente, o evento terá uma palestra de abertura, onze mesas coordenadas, lançamento de livro, atividades culturais e uma palestra de encerramento. A Agenda conversou com membros da organização do evento para entender melhor o novo formato.

A decisão de realizar o XVI Enecult Online considerou a excepcionalidade do momento, segundo a coordenadora geral do evento, Lynn Alves. A professora conta que o formato surgiu para manter ativas as discussões sobre as pesquisas que continuam sendo desenvolvidas.

“Já temos a tradição de mais de dez anos de realizar eventos grandes, que reúnem mais de mil pessoas anualmente, de diferentes áreas da cultura, em interface com a educação, tecnologia, entre outros. Nossa intenção com o evento digital é manter o nosso lugar para socialização e discussão das pesquisas que vêm sido desenvolvidas. É também um espaço de luta, em busca de melhores perspectivas para a cultura no país”, afirma.  

A coordenadora de produção do evento, Gleise Oliveira, conta que foram considerados uma série de fatores até decidirem realizar o evento nesse formato compacto. As atividades simultâneas, inscrição, avaliação e apresentação de artigos científicos nos tradicionais Grupos de Trabalho (Gts) não irão integrar essa edição virtual. Os simpósios, que eram discussões mais aprofundadas em duas manhãs para um mesmo tema central, os relatos de experiência e os minicursos também foram cortados do Enecult digital.

“A nossa expectativa é contribuir para reflexões no campo da cultura que atentem para o momento contemporâneo e realizar um encontro com esse formato enxuto, mas preservando a qualidade das exposições e debates”, afirma. 

Entre os critérios para a seleção de propostas, foi pensado se os temas teriam adesão em formato online, devendo também abordar questões referentes ao momento atual, considerando contexto político e cultural. Além disso, foi avaliado que as temáticas não colocassem a pandemia mais em evidência do que os seus reflexos, especialmente na cultura, explica a coordenadora. 

“Feito isso, partimos para uma definição da grade de programação. Diferente do evento em formato presencial, no online a relação com os expositores tem sido mediada pelos coordenadores de atividades. De todo modo, estamos realizando reuniões semanais da produção e quinzenais do conselho. Dúvidas e encaminhamentos são resolvidos por esse foro. A parte executiva fica com a comissão organizadora que cuida de acompanhar para que tudo funcione nos dias do evento.”

Qual a diferença entre o Enecult presencial e o virtual?
Em 2019, foram mais de 1500 inscritos, 753 trabalhos submetidos e, além de 745 artigos aprovados, passaram pela edição mais de 750 pessoas de 22 estados brasileiros. Gleise conta que a expectativa do Enecult 2020 é alcançar um público mais amplo. “O digital nos impõe barreiras, mas também gera algumas possibilidades. Alguns pesquisadores, estudantes, ativistas, militantes culturais encontram, costumeiramente, alguns impedimentos para estarem presencialmente no evento. Sendo online e gratuito, esperamos chegar para novas pessoas”, diz Gleise. As discussões que integram a programação deste ano serão bastante atuais e irão impactar vários públicos. 

“Por ser virtual, o projeto cria uma espécie de fronteira alargada em que poderemos estar na mira de estudiosos, pesquisadores e interessados nos temas que serão debatidos de qualquer parte do globo. Somos um encontro presencial na nossa essência e a experiência online é um enorme desafio, mas avaliamos que será um grande aprendizado”, explica.

Para o público interessado em participar do evento e receber certificado será necessário fazer a inscrição no período até 18 de setembro no site do Enecult

Conversatório Cultural
Além do evento, o Cult está à frente de outro projeto, Conversatório Cultural. O coordenador do Cult, Adriano Sampaio, explica que ele é um espaço virtual de reflexões, no qual são publicados artigo de opinião de membros do grupo, mas também de pesquisadores que transitam nas atividades desenvolvidas pelo Centro, como o Enecult. Já tiveram textos divulgados nesse espaço: Albino Rubim, ex-secretário da cultura da Bahia, e idealizador do Conversatório, Cláudia Leitão,  ex-secretária da economia criativa do Minc, Juca Ferreira ex-ministro da cultura. 

“O Conversatório Cultural é um espaço virtual, de iniciativa do Cult e do Observatório de Políticas e Gestão Culturais (OBS-CULT), destinado a publicizar reflexões acerca de temas inquietantes presentes e inspirados na conjuntura político-cultural brasileira e internacional. O Conservatório Cultural acolhe textos autorais e plurais em diferentes formatos, sem a necessidade de estarem moldados aos canônicos acadêmicos vigentes. O espaço busca estimular a reflexão e o debate críticos e livres tão incômodos nos tempos sombrios, em que (sobre)vivemos”, diz no texto de apresentação do projeto, que foi escrito por Adriano e pelo professor Albino Rubim. 

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