Coletivo DUO apresenta o espetáculo infantojuvenil “Em Busca da Ilha Desconhecida”

A iniciativa busca levar a cena teatral aos alunos de escolas públicas municipal de Salvador

 

 

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Foto: Divulgação

Entra em cartaz hoje, 27, no Centro Cultural de Plataforma, a peça “Em Busca da Ilha Desconhecida”. O espetáculo infantojuvenil acontece entre os dias 27 a 30 de novembro, com apresentações sempre às 09h30 e às 14h30, e sessões extras às 19h nos dias 28 e 30 de novembro.

A ação, que faz parte do projeto “Cabriola: Mediação Cultural Jovens Espectadores”, do Coletivo Duo, visa a democratização do acesso a bens culturais e artísticos aos estudantes e professores de escolas municipais de Salvador e instituições do terceiro setor. Ao término de cada sessão, o público contará ainda com Mediação Cultural, por meio de bate-papo sobre o espetáculo e os aspectos técnicos do edifício teatral, iluminação, cenografia, musicalidade, entre outros.

Para participar, diretores ou professores de escolas municipais devem entrar em contato com a equipe de mediação cultural do projeto, coordenada por Poliana Bicalho, através dos perfis no instagram @‌coletivoduoteatro, @criaremediacoes, ou dos e-mails ‎polianabicalho.producao@gmail.com e mediacao@criareprojetos.com, ou se preferir pelo whatsapp 71 9275-1353.

A dramaturgia, inspirada na “O Conto da Ilha Desconhecida”, de José Saramago, traz a história de dois jovens que desejam encontrar um território nunca habitado. A montagem estimula às crianças de todas as idades a perseguirem seus sonhos e resgata referências do imaginário e da musicalidade popular ibérico-nordestinas, notadamente as que se conectam com o mar.

O ator e diretor artístico do DUO, Saulus Castro, explica que o projeto Cabriola visa promover a experiência e formação de plateia a jovens espectadores na cidade de Salvador. “Por isso, desenvolvemos outras ações, para além das apresentações, que são as mediações culturais e oficinas artísticas nas escolas. Outro ponto são as ativações de acessibilidade para os mais diversos públicos portadores de deficiências, sejam físicas, auditivas, visuais”, reforça.

Um salto desafiador no cotidiano, este é o significado básico de “Cabriola”. Para o DUO é o arriscar de um movimento que dribla a norma, um saltar de barreiras socioeconômicas com o intuito de ampliar o acesso a outros bens artísticos e culturais que, costumeiramente, o público focal do projeto não acessa. “Além disso, Cabriola também se relaciona com este público de crianças e jovens, mestres-mor das piruetas desafiadoras e inacreditáveis. Cabriola busca este salto no/do/com/para o imaginário”, descreve Saulus Castro, ao acrescentar que todas as escolas beneficiadas nesta primeira fase do projeto são dos diversos bairros do subúrbio ferroviário.

 

 

Coletivo DUO

 

Screenshot_20231121_154821_Drive (2)Foto: Divulgação

Desde a criação, em 2010, o Coletivo já montou 10 espetáculos, a primeira obra, ‘deriva’ (2014 – com Saulus e Uerla Cardoso). Nesse derivar, solos, espetáculos coletivos, musicais, integrantes multilinguagem e que no tempo-espaço já assumiram múltiplas funções. Poeticamente, o DUO traz em suas montagens estéticas teatrais que se aproximam do fantástico e buscam sempre por fabulações que dialoguem a musicalidade e o lirismo, e que toquem em temáticas políticas-sociais.

O DUO abordou a potência do sonhar trazida por José Saramago com a obra infanto-juvenil Em Busca da Ilha Desconhecida (2016). No ano de 2017, o conflito desmedido de um casal vivenciado pelos atuantes Saulus e Gabrielle Santana, em meio à promulgação do Ato Institucional n° 5 da Ditadura Militar no Brasil, é o enredo da terceira obra do DUO, À flor da pele, da dramaturga Consuelo de Castro.

No mesmo ano (2017), o quarto espetáculo, Arturo Ui – uma parábola, obra baseada no texto de Bertold Brecht. A luta pelo direito à terra, pela vida digna e equânime estão em Arraial, adaptado da obra Antônio Conselheiro, de Joaquim Cardozo (2018). No mesmo ano, surge o primeiro solo do DUO, O Barão nas Árvores, do ator Marcos Lopes, inspirado na obra de Ítalo Calvino. A obra foi indicada ao Prêmio Braskem, nas categorias Melhor ator e Melhor espetáculo infanto-juvenil.

No ano seguinte, em 2019, mais um solo, Memórias de Fogo, com Saulus Castro – que também dirige e assina a dramaturgia, uma fábula lírica e não-linear que vai debater o poder e o panorama político brasileiro daquele momento. Através da poética do realismo fantástico, Saulus Castro estreia mais um solo em 2021, com dramaturgia de Denisson Palumbo (que passa a integrar o coletivo em 2020) e direção de Rino Carvalho, Jonas: dentro do grande peixe (2021).

Em 2022, o DUO estreia a comédia-musical O Caminho dos Mascates, que traz à cena os atores Israel Barretto, Marcos Lopes e Saulus Castro, texto de Denisson Palumbo, e direção de Elisa Mendes, primeira mulher a dirigir um espetáculo do Coletivo. A partir de um universo distópico, no qual a Região Nordeste se torna independente do restante do Brasil após a Vitória na Guerra de Canudos contra as forças militares do Estado brasileiro, o que leva a divisão em duas Nações.

Em outubro de 2023, estreou sua décima obra, MacbethRicardoIII – Um Tratado de Vilania”, com dramaturgia de Paulo Atto, direção de Rino Carvalho. Em cena, os atores Saulus Castro e Antônio Fábio promovem o encontro fictício de Macbeth e Ricardo III, personagens shakespearianas obscuros e com sede de poder.

 

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