Menos é mais: o minimalismo e uma vida com propósito

 

Conheça o estilo de vida que foca em ter apenas no que é essencial

Por Marcelo Azevedo*

Num tempo em que somos tomados por publicidade e ostentação nas redes sociais, onde passamos boa parte de nossos dias, o consumismo desenfreado já se tornou peça-chave do cotidiano. É quase impossível fugir de uma enxurrada de produtos à venda na rotina das redes, e recebemos em nossas telas diariamente anúncios personalizados para cada um de nós. 

Apesar disso, há um estilo de vida que nega essa lógica: o minimalismo. Propondo uma vida simples, com apenas o necessário, os minimalistas têm ganhado cada vez mais destaque em diversas áreas, sendo tema, por exemplo, do best-seller “Menos é mais: um guia simples para organizar a sua vida” e do documentário “Minimalismo já”.

A filosofia minimalista é parte da vida de Regina Ribeiro (@minimalistasustentavel) há bastante tempo. Ela conta que desde criança foi educada a viver apenas com o necessário. “Tinha uma vida simples no interior, sem muito luxo e tendo que fazer escolhas desde cedo. Só me era permitido o essencial”. Hoje, ela afirma que aprendeu a sempre guardar dinheiro, conseguiu realizar conquistas e, por causa do minimalismo, vive uma vida com mais propósito.

Propósito, aliás, é a palavra-chave do minimalismo. Apesar de aparecer no imaginário através da moda, da arte ou da decoração, não existem leis ou estética adotadas por pessoas minimalistas. Esse estilo de vida prega apenas que todos os seus bens tenham alguma utilidade. Quantos itens da sua casa passam meses parados? Quais deles realmente agregam valor à sua vida? Eles realmente precisam ocupar esse espaço?

Calma! Ser minimalista não significa se livrar de tudo, viver apenas com roupas da mesma cor em uma casa pequena e com poucos móveis, como muitos pensam. O minimalismo é sobre manter o que lhe traz felicidade, e cada um dos adeptos desse estilo de vida dá valor a diferentes coisas. “Não existem regras para o minimalismo. Cada um sabe o que é essencial para si”, diz Regina.

Para Diane Fonseca, a necessidade de ter uma vida mais leve e significativa foi o principal motivo para sua entrada no minimalismo. Ela conheceu o termo 2017, e no ano seguinte começou sua jornada no estilo de vida. Hoje, Diane afirma que o maior benefício em sua vida como minimalista é saber o que realmente importa. “Coisas são apenas coisas, elas não medem meu valor”, afirma.

Menos é mais
Para ingressar num novo estilo de vida, conhecer a si mesmo é fundamental. Por isso, Ana Bonfim afirma que adotar o minimalismo em sua vida foi resultado de um longo processo de autoconhecimento. Ela conheceu o termo em 2017, mas apenas no ano passado conseguiu colocar em prática o que havia aprendido sobre a filosofia do “menos é mais”. “Decidi adotar esse estilo de vida porque não faz mais sentido pra mim viver a vida consumista que vinha levando desde que comecei a ter um salário, mas essa decisão não foi de uma hora pra outra”, conta.

Por isso, uma de suas maiores recomendações para quem deseja ingressar numa vida minimalista é o estudo. Não tenha pressa, aproveite o processo com calma e sempre procure saber mais sobre você e o movimento. Como diz Ana, o minimalismo é um processo de autoconhecimento que nunca acaba.

Esse também é o conselho de Diane, que propõe algumas reflexões para identificarmos nossas prioridades. “Comece a questionar sobre seu propósito de vida. O que realmente te faz feliz? Que tipo de vida você quer levar?”. Ao descobrir as respostas para essas perguntas, você pode passar a utilizar o seu tempo buscando o que lhe faz bem de verdade.

Como começar?
Para dar os primeiros passos no minimalismo, é importante olhar ao seu redor e identificar os objetos que são essenciais para a sua casa. A autora Francine Jay, no livro “Menos é mais”, propõe um modo simples de saber o que é importante: converse com suas coisas! “Pergunte a cada objeto: ‘O que você é e para que serve?’, ‘Como você entrou na minha vida?’, ‘Com que frequência você é usado?’. Seja sincero nas respostas, você não vai magoar seus sentimentos”, escreve.

Depois disso, é hora de começar a se livrar de seus itens inúteis, ou realizar o “destralhe”, como muitos dizem. Ao iniciar a vida minimalista, Diane realizou um desafio que consiste em se livrar diariamente de suas coisas, algo que pode ajudar no desapego. No primeiro dia, ela se livrou de um objeto. No segundo, dois, e assim sucessivamente por 12 dias. Ao final do desafio, consegui enxergar que minha casa era um acúmulo de tralhas”. Mas lembre-se, sempre, de ter responsabilidade ambiental ao descartar seus itens!

Por fim, para se manter no minimalismo, sempre acompanhe conteúdo de pessoas que adotam esse estilo de vida. Livros, vídeos e filmes podem ser uma ótima fonte de inspiração e de dicas práticas para adotar em seu cotidiano. Diane, por exemplo, possui um canal no Youtube, o Jornada Minimalista, no qual compartilha sua experiência e produz conteúdo buscando ajudar pessoas a ingressarem nesse estilo de vida.

Fazendo essas reflexões e com menos coisas para se preocupar, você pode acabar descobrindo que suas prioridades podem ser bem diferentes do que imagina.

Livros:

  • Menos é mais, Francine Jay
  • Essencialismo, Greg

Filmes

  • Minimalismo Já
  • Mente Minimalista
  • Minimalismo: um documentário sobre as coisas que importam

Conheça as entrevistadas:

  • @jornada.minimalista (Diane)
  • @minimalistasustentável (Regina)
  • @minimalistadiario (Ana)

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