Modelos alternativos de agricultura e preservação do meio ambiente são tema de live

Biólogos ensinam como é possível conciliar produção agrícola com meio ambiente saudável

Na Semana Nacional do Meio Ambiente, os biólogos Eduardo Moreira e Juliana Macedo abordam, em live,  a necessidade de conciliar agricultura e conservação, por meio dos cuidados com a polinização. O evento, que  acontece nesta quinta-feira (4), às 17h,  no instagram @guardioesdachapada, consiste em mais uma edição da série de lives “E se os polinizadores entrassem em quarentena?”, realizada  por pesquisadores do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Estudos Inter e Transdisciplinares em Ecologia e Evolução (INCT IN-TREE). Além dessa edição, a iniciativa terá outras nos dias 11 e 18 de junho, abordando a relação triádica entre ciência, polinização e sociedade.

Segundo o biólogo Eduardo Moreira, a garantia de uma boa produção de alimentos com qualidade depende dos serviços ecossistêmicos fornecidos pela biodiversidade, “como os organismos que vivem no solo e contribuem com para a sua fertilidade e os polinizadores, que contribuem com a formação de frutos e sementes” exemplifica. O polinizador mais conhecido é a abelha, mas insetos como besouros, moscas, vespas e mariposas também realizam esse papel; além dos morcegos e pássaros.

Mas, o que é a polinização? É o processo de transferência dos grãos de pólen que permite a reprodução das espécies. De acordo com Moreira, esse processo é o primeiro passo da reprodução das plantas com flores e, portanto, é fundamental para a produção de frutos e sementes.  Atualmente, a agricultura depende cada vez mais dos serviços providos pelos polinizadores. “No entanto, os sistemas agrícolas convencionais são as principais ameaças aos polinizadores, pois, ao destruírem grandes extensões de área natural para o plantio de monoculturas, criam um ambiente hostil para esses insetos”, esclarece o biólogo.  Além da eliminação da vegetação natural, a agricultura convencional faz uso de agrotóxicos que também podem ser muito prejudiciais aos insetos polinizadores.

Diante desse cenário, a proposta das lives é indicar soluções e não apenas apontar os problemas. Nessa direção, Moreira destaca os modelos alternativos de agricultura que  empregam técnicas de manejo amigáveis aos polinizadores, favorecendo a manutenção da diversidade desses insetos nas paisagens agrícolas e, ao mesmo tempo, aumentando o serviço de polinização e a produtividade dos cultivos dependentes de polinização. Na live de hoje, Eduardo Moreira e Juliana Macedo vão discutir os resultados das pesquisas realizadas no projeto “Manejo e Conservação de Polinizadores e dos Serviços de Polinização em Agroecossistemas”, desenvolvido no INCT IN-TREE.

A coordenadora do INCT IN_TREE e professora titular do Instituto de Biologia da UFBA, Blandina Viana, ressalta que o evento faz parte das ações de divulgação científica do projeto, que acessível ao público os resultados das investigações, engajando, assim, os cidadãos não acadêmicos. “Entendemos que publicitar o que produzimos é reponsabilidade social dos cientistas, cujas pesquisas são financiadas com recursos públicos”, sublinha.

Guardiões da Chapada
O projeto de ciência cidadã Guardiões da Chapada é uma realização da Rede de Pesquisa, Ensino e Extensão para Uso e Conservação de Polinizadores e dos Serviços de Polinização – POLINFRUT, vinculado ao INCT IN-TREE e coordenado por Blandina Viana.  Com a intenção e conservar o serviço de polinização e a diversidade de polinizadores, os cidadãos são convocados a fazer parte da pesquisa. De forma voluntária e consciente, os participantes produzem registros fotográficos dos animais nas flores, em ambientais naturais, urbanos e agrícolas, alimentando um rico banco de dados. O polinizador mais conhecido é a abelha, mas insetos como besouros, moscas, vespas e mariposas também realizam esse papel. Além dos morcegos e pássaros.

“A transferência de grãos de pólen entre as flores realizada por animais polinizadores é um serviço ecossistêmico chave para manutenção da biodiversidade e segurança alimentar. O declínio de polinizadores pode comprometer a manutenção de serviços ecossistêmicos, reduzir a biodiversidade e a produção agrícola”, explica Blandina Viana.

O projeto foi criado em 2015, envolvendo estudantes e professores da UFBA e  representantes de diversos setores das comunidades locais dos municípios de Mucugê, Lencóis e Ibicoara. De maneira colaborativa, já foram produzidas cartilhas e jogos, realizadas Bioblitz (coleta massiva de dados em campo) e diversas oficinas sobre polinização e polinizadores. Em paralelo, o projeto vem utilizando as redes sociais, Facebook (facebook.com/guardioesdachapada) e Instagram (@guardioesdachapada) e Youtube (Guardiões da Chapada), para promover suas ações e divulgar informações de base científica sólidas, para o público em geral.

Serviço
O quê: edição da série de lives “E se os polinizadores entrassem em quarentena?”

Quando: Hoje, às 17h (outras edições: 11/06 e 18/06),

Onde: instagram @guardioesdachapada.

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