Pedagoga discute Educação Sexual no Precisamos Falar Sobre

O evento abordou questões como os desafios de discutir o tema educação sexual em casa e nas escolas          

Por Glenda Dantas

Na última quinta, 29, aconteceu, no Auditório do Paf-V, o evento Precisamos Falar Sobre: Educação Sexual. As discussões foram ministradas pela  pedagoga, mestra e doutora pela UFBA, pesquisadora em Educação Sexual e membra da  Sociedade Brasileira de Estudos em Sexualidade Humana (SBRASH), Tereza Fagundes. A atividade é promovida por alunos do Instituto de Biologia da UFBA.

A palestrante iniciou as discussões falando que a sexualidade está presente em todas as pessoas e se manifesta independente de qualquer ensinamento, também conceituou sexualidade, desmistificando sua associação com sexo ou promiscuidade:“As pessoas têm o hábito de dizer que na adolescência a sexualidade aflora, mas não, a sexualidade está lá desde o nascimento. Sexualidade é bem diferente da ideia que se tem de promiscuidade sexual. Sexualidade é a vivência plena humana e está estreitamente ligada ao prazer. Um bebê, por exemplo, sente prazer se alimentando do leite materno ou brincando com o pai”, disse.

Segundo ela, diferente do que muitos pensam, a educação sexual não se inicia quando a criança está na escola, mas sim dentro de casa, nas brincadeiras, classificando essas experiências como vivências da sexualidade: “A educação para sexualidade começa com as primeiras atitudes, comportamentos e vivências que marcam para o resto da vida”, afirmou.

Quanto à educação sexual na escola ela afirma: “Os anos passaram, as décadas passaram, as coisas mudaram, mas esse assunto ainda permanece como um tabu, não só aqui em Salvador ou na Bahia. É em todo lugar”.

Como trabalhar educação sexual nas escolas?

Para Fagundes, os profissionais da educação, no geral, não estão preparados profissionalmente para educar nesse sentido. Muitos podem ter princípios ligados a sexo, mas não de educar para sexualidade. “Na escola quem mais educa para sexualidade no cotidiano, antes mesmo do professor, são os funcionários de apoio. Desde a pessoa que vende lanche até o faxineiro. São eles que ouvem as histórias dos alunos, que acompanham os diálogos, as dúvidas e muitas vezes contribuem com base em suas experiências”, defendeu.

Ela acredita que para reverter esse quadro de carência em conhecimento específico, faz-se necessária a preparação, não somente dos professores, como de todos os profissionais envolvidos, para melhor trabalhar com o tema Educação Sexual. E para que saibam lidar com os desafios do dia a dia e ampliar a compreensão do que é realmente sexualidade. “Educar para sexualidade não é uma aula de reprodução humana, não é falar de anatomia e fisiologia nem muito menos da resposta sexual. Esses são aspectos do corpo. A sexualidade é essa dimensão da vida que está associada ao prazer, independentemente do tipo”, afirmou.

PRECISAMOS FALAR SOBRE

Organizado por um grupo de discentes do Instituto de Biologia da UFBA, o evento Precisamos Falar Sobre propõe criar espaços de debate sobre diversos temas das Ciências Biológicas e/ou questões sociais.

Em encontros anteriores já foram discutidos temas abrangentes como  gênero, e mais específicos, como: Parque Marinho da Barra e SOS; e Vale Encantado, uma área verde urbana localizada no bairro de Patamares.

A próxima edição do  evento tratará do tema “Educação Ambiental” e contará com as participações de Zanna Matos, coordenadora de Educação Ambiental da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (SEMA) e Fábio Barbosa, da Secretaria Estadual de Educação (SEC),  que abordarão sobre os trabalhos de Educação Ambiental nos âmbitos do ensino formal e não-formal na Bahia.

Para mais informações é só acessar a página do evento.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *