Com açúcar, com afeto, fiz seu doce predileto: Do gosto por Chico Buarque ao amor na cozinha


Estudante de direito inicia doceria em meio a pandemia no interior do Estado

Por Laisa Gama

Quatro latas de leite condensado, duas de creme de leite, uma de nutella, outra de leite ninho e seis ovos. Essa foi a primeira compra de Bruna Lorrana, 23, para começar a doceria “Amor com Afeto” na cidade de Irecê, localizada no centro norte baiano. Poderiam até perguntar: “por que esse nome?”  E a resposta seria um intenso amor  e carinho por Chico Buarque e por uma de suas músicas: “Com açúcar, com afeto”. 

(Foto: Acervo pessoal)
(Foto: Acervo pessoal)

Infelizmente na época que Bruna resolveu finalmente colocar em funcionamento sua doceria, já havia um Instagram com esse nome. Então, ela resolveu pensar mais um pouco. “Cozinho com tanto prazer e dedicação, eu amo tanto ver as pessoas comendo, se sentindo bem. Amo ver o brilho nos olhos e os sorrisos. É amor. Foi assim que escolhi o nome”. Desde então, já está há um ano com sua doceria funcionando através de delivery.

Lidar com o público é um fator que empreendedores precisam aprender. E para Bruna durante o período de adaptação foi sua principal dificuldade, como também sua maior aprendizagem. Esses fatores foram o que fizeram com que ela, hoje uma microempreendedora de primeira viagem, olhe de uma maneira diferente outras pessoas que também tem um negócio. “Foi o meu primeiro trabalho que tive e vi que não posso e nem quero ficar sem. Eu amo a independência que o Amor com Afeto me proporcionou”, contou ela.

 

A saga de Bruna na venda de doces começou, entretanto, bem antes da pandemia. Ela, que sempre gostou de cozinhar, resolveu em 2018 começar a produzir brigadeiros para vender no campus de uma faculdade que havia passado, mas para ela não eram tão bons assim. “Em questão de sabor eram ótimos! Mas eu não sabia o ponto, eles derretiam.” disse ela sobre suas primeiras experiências. Já em Itaberaba, cidade onde cursa Direito, ela voltou a vender docinhos. Mas, pouco tempo depois as faculdades foram fechando as portas devido à pandemia e assim, Bruna voltou para Irecê. 

E então, quando uma amiga pediu ajuda para aprender alguns doces e receitas e que novamente surgiram pessoas incentivando-a a iniciar um novo projeto. “Pedi à minha irmã um adiantamento. Aqui ainda não vendiam aqueles copos de felicidade em lugar nenhum, que hoje são meu ponto forte em Irecê. Então foi pela internet que pedi os primeiros copos”, contou ela sobre as primeiras ações.

Bruna já enfrentava problemas de ansiedade e crise do pânico, com a pandemia  essa situação se agravou. Por conta disso, tinha muito medo de seu negócio dar errado. “Meu maior problema era comigo mesma. Tinha medo das pessoas não gostarem, tanto que até hoje quando faço uma venda me dá um frio na barriga enorme”. Por conta disso, seu processo de adaptação com o projeto teve algumas dificuldades quando recebia alguma crítica negativa. Mas, ainda bem, Bruna insistiu e segue fazendo maravilhosos doces e bolos, levando a quem consome o que ela mais gosta de ver: um sorriso e o brilho nos olhos.

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