Confira como foi a abertura do II Congresso Virtual da UFBA

Covid -19, crise orçamentária e papel das universidades foram os principais assuntos

Por Laisa Gama*

A segunda edição do Congresso Virtual da UFBA teve início na manhã desta segunda-feira (22), com a transmissão aberta ao público, sendo feita através do Facebook e Youtube e no site do evento. A abertura ficou por conta do reitor João Carlos Salles, além da palestra da professora Marilena Chauí.

O reitor abriu o evento relembrando o primeiro Congresso Virtual da UFBA, realizado no ano passado, assim como aos números relacionados à pandemia da covid-19 no país. “É da nossa natureza ser o lugar do conhecimento e da solidariedade — o que nos traz o dever, a boa obrigação de resistir a obscurantismos de qualquer natureza. É, por conseguinte, com dever cívico que agora dizemos a cada membro de nossa comunidade e à sociedade: siga o conhecimento; não siga a ignorância, nem o ignorante. E muito depende de nossa ação, de nossa resistência, que o legado desta calamidade não venha a ser uma soma insana de autoritarismo e morte“, afirmou o reitor. 

Ainda sobre o coronavírus, o reitor relembrou as vítimas da covid-19 que faziam parte da comunidade UFBA: Agnaldo Davi de Souza, Elsimar Metzker Coutinho, João Alberto Hufnagel Barbosa, Maria Lucia Neves de Andrade, Paulo Rebouças Brandão e Thomaz Rodrigues Porto da Cruz. Os técnicos Eduardo Nunes da Silva e Jaciara Santos Oliveira, e Lúcia Maria Tourinho Bahia, aposentada. E os estudantes Baga de Bagaceira Souza, Paulo César Alcântara Bittencourt e Welber Santos Magalhães.

Além disso, foi destacada a campanha #TodosPelasVacinas, em parceria com a Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB) e a FioCruz.

A crise orçamentária das universidades também foi pauta no discurso de João Carlos Salles. “A atual proposta de lei orçamentária não prevê somente o bloqueio de recursos, mas sim o corte de recursos das universidades e institutos federais”. 

Dignidade do pensamento

Em seguida, houve como tema “O exercício e a dignidade do pensamento: O lugar da Universidade Brasileira”, a palestra da professora Marilena Chauí. Ela iniciou sua apresentação fazendo uma alusão ao cenário cruel e tirânico do Brasil atual ao citar textos do filósofo Montaigne e também de  Etienne de La Boétie, quando o filósofo diz que a sociedade consente em servir aos tiranos por também desejar ser servida.

Marilena também conversou sobre a sociedade brasileira ainda ser fortemente hierarquizada em diversos aspectos. Para ela, existe uma naturalização das desigualdades sociais e econômicas, assim como há em relação às diferenças religiosas, de gênero, étnicas e de formas gerais de violência. 

Na segunda parte de seu discurso, a professora citou o “ódio ao pensamento”, afirmando que a distinção entre o verdadeiro e o falso é a marca essencial do pensar. “O pensamento, ao questionar o senso-comum, tem força transformadora: ao pensar, o pensamento faz pensar, dá o que pensar e abala os fundamentos do senso-comum. O ódio ao pensamento aparece no ódio à universidade pública”, explicou Marilena.

*voluntária da Agenda Arte e Cultura

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