Congresso da UFBA reúne variedade de intervenções artísticas

As intervenções artísticas aconteceram em diferentes locais nas mais diversas linguagens, como música, dança, exposição e performances

Por Glenda Dantas e Greice Mara

Quem acha que Congresso da UFBA se restringiu à mesas de debate e  apresentações de trabalho,  está muito enganado. A programação do  evento, que ocorreu entre os dias 17 e 19 deste mês,  contou com uma variedade de intervenções artísticas com dança, música, exposições e performances. As atividades aconteceram,  em sua maioria, no período da tarde.

Os sons e cores das intervenções atraíram rapidamente uma grande quantidade de pessoas à Praça das Artes, no Campus de Ondina. A programação dinamizada deixava todos atentos à passagem do menor trio elétrico da Bahia, o Microtrio de Ivan Huol. Ao som de uma variedade de estilos musicas, que ía de músicas carnavalescas a MPB a atração fez a alegria daqueles que trabalhavam e dos que participavam do Congresso.

A Filarmônica União dos Artistas de Bom Jesus Dos Passos também marcou presença, e apresentou um repertório bastante variado que animou o público presente. Arley Costa, que toca trombone na Filarmônica há seis anos, conta que considera o público do Congresso muito receptivo. “O pessoal aqui é muito atencioso. Quando tocamos música popular, o pessoal até dança com a gente, isso raramente acontece em outros lugares”.

Nos intervalos entre as apresentações no palco em frente ao RU eram reproduzidas Polêmicas Contemporâneas no Rádio, intervenção da estudante de Jornalismo, Sara Lima. O trabalho é fruto de um projeto da disciplina Polêmicas Contemporâneas oferecida pela  Faculdade de Educação. Os podcasts são transmitidos pela Rádio Cruzeiro AM 590. “O programa é um diálogo entre a universidade e a cidade. São seis programas com temas diversos envolvendo polêmicas contemporâneas”, explicou Sara.  

“Participei de todos os dias do Congresso e as intervenções artísticas estão expressando a pluralidade cultural de Salvador, a programação agrada à todos os públicos”, elogiou Fernando Monteira. O professor da Faculdade de Farmácia, Antônio Menezes, aproveitou o intervalo entre as apresentações de seus orientandos para prestigiar as atividades artísticas. “Alguns alunos meus já apresentaram trabalhos, eu acompanhei e agora vim para aproveitar a programação artística”.

Milena Sampaio, estudante da Escola de Dança, apresentou as intervenções “Que diabo é esse?” e “Dançarinas de terreiros: sentir, ser e viver” e falou sobre o foco principal de sua pesquisa que é a dança de origem afro brasileira. Na primeira performance, ela propõe  uma abordagem referente aos estereótipos negativos criados em relação ao orixá Exú.

Já ‘Dançarinas de terreiros’ é construído a partir de vivências em terreiros de Candomblé. A ideia é explorar as vivências, o gestual simbólico e, a partir de idas a terreiros, à Festa da Boa Morte e contato com grupos sambas de roda. Para ela, a importância de apresentar o resultado de sua pesquisa no Congresso da UFBA é trazer a abordagem a respeito das matrizes afro brasileiras de maneira atual e poder expor para pessoas de fora da Universidade a fim de despertar um novo olhar acerca do tema.

O Congresso ocorreu com o objetivo de ser um espaço de reflexão ampliada e aprofundada sobre a Universidade, suas heranças e perspectivas além de abordar o papel social da universidade que favorece o estabelecimento de políticas mais bem definidas para as diversas dimensões da UFBA, enquanto instituição pública, gratuita e de qualidade.

O evento contou também a presença de pessoas de fora da comunidade UFBA, a exemplo do estudante Henrique Oliveira, que cursa o ensino médio no Colégio Estadual Almirante Barroso, localizado no bairro de Paripe. Para ele,  o Congresso foi elucidativo acerca das produções universitárias. “Soube do Congresso através dos meus colegas de colégio. Participei de três mesas temáticas e agora pretendo aproveitar a programação artística”.

Também aconteceram intervenções artísticas no PAF I, no Cimena da UFBA, no Hall da Biblioteca Central e nos teatros Experimental e do Movimento.

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