Grupo Show da Química transforma ciência em arte

O grupo de teatro é composto por alunos  que se apresentam em colégios da Bahia e provam que química também é arte

Por: Lucas Arraz

“Na natureza nada se cria ou se perde, tudo se transforma”. Curiosamente o famoso postulado de Lavoisier, pai da química moderna, torna-se verdadeiro no Instituto de Química da UFBA com o grupo Show da Química. O grupo apresenta reações e processos químicos de forma lúdica, através de cenas de teatro. Participam das cenas, alunos dos cursos de licenciatura e bacharelado em Química que se transformam em atores. O objetivo do projeto é despertar nos alunos do ensino médio e no público em geral, o interesse pela ciência química.

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Foto: Reprodução do Facebook

Desde que foi criado, há 12 anos, o Show da Química encontrou na interseção entre ciência e arte a chave para desmistificar a química através do teatro, dando adeus ao jeito tradicional de ensinar e a aprender a disciplina.. Nas cenas, personagens inusitados como um pai de santo e um caipira ensinam equilíbrio e bioquímica por intermédio de reações com impactos visuais. Para o professor orientador do projeto, José Roque Mota Carvalho, a importância da arte no ensino da disciplina é levar para o público a química no mundo. “As reações são cotidianas, apesar do estudo delas não ser”, comenta.

As esquetes do Show da Química, em média, duram 15 minutos, porém o grupo já preparou peças de 45 minutos. Luana Silva, aluna de Química e integrante do grupo há 4 anos, lembra do desafio que foi lembrar todas as falas enquanto dançava e cuidava das reações químicas que aconteciam. Luana viveu a “Mandão”, personagem inspirada na Neusão do filme “Ó Paí, Ó” (2007) e acredita que a experiência dentro do Show da Química a ajuda a lidar melhor com a timidez e treinar experimentos realizados nas peças e nas aulas. “Participar do Show é uma construção pessoal que agrega ao currículo”, ressalta.

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Foto: Reprodução do Facebook

O grupo nasceu em 2005 a partir do Clube da Química, projeto de alunos que buscavam novas formas de praticar a licenciatura. As apresentações aconteciam em congressos e calouradas do Instituto. Hoje, o grupo se apresenta gratuitamente para colégios públicos e para colégios particulares cobrando cachê. O dinheiro levantado ajuda na manutenção dos reagentes usados nas montagens e na compra de figurinos, ajudando a bancar o grupo que carece de apoio da universidade. 

Elisangela Costa Santos,  doutoranda em Química Analítica e Ambiental pela UFBA é integrante do grupo há 11 anos. Ela explica que os recursos não chegam ao projeto pela dificuldade de classificá-lo como uma extensão de arte. O estudante integrante do projeto há 4 meses, Lucas Alvim, engrossa o couro da problemática. “Muitas pessoas não conseguem enxergar a química como uma produção da humanidade como a cultura e a arte, mas ela está inserida na sociedade desde que o homem criou o fogo”, diz o estudante de licenciatura que defende a química como elemento do cotidiano.

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