XXIV Painel Performático movimenta a Escola de Dança

Por Milena Abreu

O Painel Performático é um projeto institucional realizado pela Escola de Dança da UFBA,  que acontece duas vezes por ano, sempre ao fim de cada semestre, e está em sua 24ª edição. Voltado para todos os estudantes de dança da universidade, o Painel tem o objetivo de oportunizar espaços para o aluno dançar e apresentar seus trabalhos. Dessa forma, é possível compartilhar os processos exercitados nos módulos da graduação, contando com a participação de alunos da pós-graduação e de professores. No evento, são expostos projetos que já foram concluídos ou que estão sendo desenvolvidos durante as aulas do semestre.

As inscrições foram abertas para todos os estudantes de dança da graduação e da pós-graduação, além dos estudantes do Bacharelado Interdisciplinar. Não há seleção dos participantes, por isso, para participar do painel, a única exigência é inscrever-se dentro do prazo. O modelo de ficha de inscrição, segundo a organização do evento, também faz parte do processo educativo, pois os alunos precisam preencher corretamente todos os itens, preparando-os para o futuro ingresso em editais e projetos. Cada inscrito tem, pelo menos, um orientador, que é o docente responsável por acompanhar o projeto desde o início, colaborando com seu desenvolvimento e também oferecendo espaços de criação individual ou em grupo.

O Painel não é competitivo. Os inscritos, além de ganharem espaço para apresentarem seus projetos, também recebrão um certificado emitido pelo Sistema de Registro e Acompanhamento de Atividades de Extensão – SIATEX. Como a participação dos alunos é opcional, a certificação é uma das formas encontradas pelos organizadores para incentivar os alunos. O desenvolvimento do Painel é coordenado por Gilsamara Moura, assessora artística da Escola de Dança, contudo, ele é executado por estudantes de semestres variados, que ajudam na parte técnica (luz e som), na produção e na programação. Para os que contribuem nessa parte executiva do evento, são disponibilizadas dez bolsas da  Pró-Reitoria de Ações Afirmativas e Assistência Estudantil (PROAE).

Segundo Gilsamara Moura, as maiores dificuldades enfrentadas são: a falta de espaços preparados e a má qualidade dos equipamentos de som e luz, que estão sempre em manutenção e demoram para ficar prontos. Ela também comentou que a ampliação da faculdade está parada, fazendo com que os alunos e professores tenham que ocupar espaços que não estão preparados para recebê-los, pois não possuem os suportes necessários. “Somos militantes da dança e queremos que tudo aconteça, apesar das dificuldades. O Painel é um evento extraordinário, que impulsiona a criação e estimula muito os estudantes”, disse. A organizadora Paola Vásquez, também pontuou as dificuldades, mas garantiu que sempre há muitos trabalhos inscritos. Nessa edição 70 pessoas irão participar. “Com o passar do tempo, o Painel foi ganhando mais visibilidade e conseguiu se tornar parte do calendário da faculdade”, complementou.

Aline Lucena, que já foi graduanda do curso de dança e hoje está como aluna especial, participa de todos os painéis desde 2009, como dançarina e produtora. Ela já fez apresentações de solo, duo e em grupo, além de ter ajudado na iluminação de outras performances. Para ela, o evento é uma grande oportunidade de gerar conhecimento, tanto de cena, quanto de bastidores.  “O painel gera um espaço de interação que é muito bom para os alunos, tornando possível a troca de informações sobre as pesquisas que cada um fez”, disse. Aline acredita que há interesse da comunidade acadêmica por esse projeto, contudo, existem falhas na divulgação que impedem um maior contato do festival com os universitários, “mesmo assim, percebo que as pessoas vão e gostam do espaço”, completou.

O evento acontece entre os dias 9 e 12 de dezembro na UFBA, a partir das 19h, no Teatro do Movimento, e a partir das 17h em diversos locais da Escola de Dança. Os espaços de apresentação são escolhidos pelos alunos, de acordo com o que foi desenvolvido em sala de aula durante os processos investigativos. Esses processos são um dos componentes curriculares do curso, como, por exemplo, o “Laboratório de Corpo e Criação”, onde o aluno é incentivado a pesquisar seu interesse em dança.

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