Máximo Divisor Comum

Luiza Leão

Está aberta ao público, até o dia 8 de abril, a exposição coletiva “Máximo Divisor Comum”, que reúne obra dos mestres e artistas Davi Bernardo, Josemar Antônio e Tanile Maria na  Galeria Cañizares da Escola de Belas Artes (EBA) da UFBA. Integrantes do mesmo grupo de pesquisa da EBA, os três artistas partiram de um viés poético individual, levantando questões relacionadas à memória, à identidade e ao colecionismo. A amizade e a afeição surge como um ponto de encontro, e a própria individualidade, como o “Máximo divisor comum” entre eles.

“Apesar de não integrarem um coletivo, a individualidade dos três artistas conversam entre si”, explicou a curadora da exposição Alejandra Muñoz, na abertura da exposição na última segunda (7).

A artista Tanile Maria, cujo objeto de pesquisa é memória, intimidade e identidade, utilizou objetos herdados de sua avó. Cartas escritas na década de 30, agulhas, linhas,tecidos, bordados, e outros objetos, também estão compondo a instalação. A ente, falecida há dois anos faria 96 anos este ano e a exposição foi uma forma de homenageá-la.

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Foto: Flávia Lima

“O aspecto autobiográfico da Tanile me chama bastante atenção por ter esse tom afetivo, pessoal, que eu me identifico muito, porque essas questões também passam pelo meu trabalho”, contou a fotógrafa e professora da EBA  Renata Voss.

Josemar Antônio tem como objeto de pesquisa o erotismo, a pornografia e o fetiche nas relações cotidianas. O artista trouxe para a exposição um tom leve no florescer de sua arte. Para a construção da obra preferida, entre as expostas, partiu de um desenho inicial, bordado em branco, seguido de um bordado florido e em cores.

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Foto: Flávia Lima

 

“A coleção de Josemar com mais de 100 quadros bordados me chamou bastante atenção por ter um  bordado de florzinhas, com um contorno discreto de objetos fálicos que só é percebi quando me aproximei”, contou o graduado em letras, Denisson Palumbo (27).

Davi Bernardo trouxe à exposição um pouco da sua investigação sobre a relação entre Arte, Cotidiano e Memória, através de fotografias unidas à pitura e a textos, além de e outros objetos de seu acervo. Segundo ele, o ponto de partida de suas criações são textos autorais e de outros autores.“A partir dali as coisas vão se juntando e a obra nasce”, explicou.

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Foto: Flávia Lima

 

O artista conseguiu despertar na professora de letras da UFRB, Conceição Torres, uma ‘perspectiva única’: “Eu fiquei apaixonada pela água descendo pelo ralo. Algo que todo dia a gente vê e o artista foi e transformou num quadro lindo”, descreveu. “Sensibilidade ímpar” foi a definição encontrada por ela para definir a exposição.

Serviço

Exposição  Máximo Divisor Comum

Quando? Até 08/04 – Segunda a sexta-feira  das 9h às 18h

Onde? Galeria Cañizares

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