Joel Augusto: o resultado da equação entre música, teatro e química

Joel foi calouro finalista no programa do Raul Gil em 2006 e atuou no espetáculo As mulheres de seu Chico

Por Kelven Figueiredo

Sem deixar o violão de lado, o estudante de Engenharia Química deixa evidente o apego com a música. Leonino genuíno, é perceptível a vaidade que possui, uma vez que as perguntas “meu cabelo tá bom?” e “tô bem na câmera?” eram frequentes durante a entrevista. Amante dos palcos e também da química, Joel Augusto é bacharel em Química e atualmente cursa engenharia na mesma área. Aos 26 anos, o artista já foi calouro finalista no programa do Raul Gil em 2006 e atuou no espetáculo musicado “As mulheres de seu Chico” como ator e músico.

A paixão pela música começou na  infância. Com apenas 5 anos, ele pediu um teclado aos pais. “Eles me fizeram a proposta de  escolher entre o teclado e a bicicleta”, revela o rapaz que, obviamente, decidiu pelo teclado. Uma consequência dessa escolha foi ele ter demorado para aprender a andar de bicicleta. “Eu só aprendi mesmo no meu intercâmbio na Alemanha, porque era tudo muito plano lá e a bicicleta era o principal meio de transporte”.

Contudo, o jovem não se mostra arrependido. Pelo contrário, a escolha pelo teclado influenciou muito no rumo que sua vida tomou ainda na infância. Joel começou a aprender a tocar com cartilhas sobre teclado e à medida que seu interesse ia crescendo seus pais  decidiram colocá-lo em um curso. Aos 10 anos, ele  gravou o primeiro CD, intitulado “Um mundo melhor”. O álbum conta com 10 músicas, seis regravadas e quatro inéditas, com composições de artistas da sua terra natal, Brumado-BA. O CD está disponível para download no PalcoMP3. Posteriormente, o cantor  gravou mais um albúm, o self-titled “Joel Augusto Volume 2” que contou com as músicas apresentadas no Raul Gil.

joel_atorFoi em 2006 que o estudante resolveu se inscrever no programa de calouros. Sem o consentimento dos pais, porque achava que eles não dariam o devido crédito, chegou a enviar um vídeo para a audição do programa, mas não recebeu nenhuma resposta. Um tempo depois, ele decidiu pedir o apoio de seu pai que prontamente o levou para São Paulo. A música escolhida para teste foi Iolanda de Chico Buarque. “Eu cantei apenas uma estrofe e logo passei, foi algo realmente muito rápido”, afirma. No entanto, só depois de 4 meses o programa entrou em contato com o rapaz. “Eu saí pela rua gritando, foi muito emocionante”, contou como se estivesse assistindo a cena.

O programa o ajudou tanto na técnica quanto na construção de sua identidade como artista. Hoje Joel está buscando construir uma carreira sólida que imprima sua identidade. Desta forma, ele pretende alcançar seu maior sonho que, para surpresa de muitos, não é a fama. Mas compartilhar o que sente  com seu público e tocar as pessoas com sua música,  deixar que ela cumpra o que ele acredita ser seu papel. “Eu acredito que a música tem um papel de transformar o interior das pessoas e eu quero fazer isso um dia”, declarou.

Recentemente, passou nas audições do The X-Factor Brasil, mas foi impedido de participar uma vez que as datas das apresentações coincidiam com a data de sua formatura na primeira graduação. Contudo, o jovem segue tentando e deixa claro planeja se inscrever em outros programas de calouros.

Apesar de ser espírita, foi fortemente influenciado pelos cantores do gênero gospel, os quais ele considera “músicos extraordinários e cantores excepcionais” em especial os cantores Sérgio Saas e Leonardo Gonçalves. Joel lamenta ainda não poder viver de música já que ele enxerga o mercado fonográfico como um ambiente instável, principalmente na Bahia. “Hoje só um toque qualquer eletrônico e alguém cantando é categorizado como música. Para ser música, é preciso ter melodia, harmonia e ritmo”.

Atualmente ele se divide entre os estudos em Engenharia Química, as aulas que ministra como professor de inglês, apresentações com a companhia de teatro Show da Química e projetos pessoais de composição e gravação de músicas soltas. Por enquanto, ele diz que não pretende lançar um álbum novo, escreve e grava quando a inspiração vem. “Minha maior ambição atualmente é finalizar a segunda graduação” brinca.

Já deu pra perceber que com tanta coisa para fazer “tempo livre” é algo que quase não existe na rotina do rapaz, que ao ouvir a expressão ficou reflexivo e admitiu: “tempo livre é algo realmente difícil para mim, mas Netflix é bom às vezes”. Ele não acompanha muitas séries e sua favorita é Sense8 que explora a união, a irmandade e a individualidade de cada um. Quando o assunto é consumo de música, ele se considera um verdadeiro eclético que escuta “desde os clássicos até Exaltassamba”.

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