19ª edição do Panorama Coisa de Cinema começa nesta quinta

Com quase 140 filmes de diversos gêneros e estilos, o evento, ao longo de suas dezenove edições, tem sido um ponto de encontro fundamental para cineastas, profissionais do audiovisual e entusiastas da sétima arte, oferecendo uma plataforma para a exibição de filmes, discussões e reflexões sobre a produção cinematográfica nacional e internacional.

Saudade fez morada aqui dentro - Alfredo Calvino (1)Imagem: Divulgação

Começa hoje (14), às 20h, a 19ª edição do Panorama Internacional Coisa de Cinema, o mais antigo festival cinematográfico da Bahia, em atuação, trazendo o melhor da produção nacional e internacional. O evento acontece entre os dias 14 e 20 de março, na Sala Walter da Silveira, com programação gratuita, e no Cine Glauber Rocha, com ingressos que variam entre R$ 12,00 (inteira) e R$ 6,00 (meia), e passaporte individual com direito a 10 sessões no valor de R$ 55,00. 

Na programação de abertura, dois filmes serão exibidos a partir das 20h: “Barravento”, primeiro longa-metragem de Glauber Rocha, um dos homenageados desta edição; e o filme baiano “Saudade fez morada aqui dentro”, de Haroldo Borges. O evento contará ainda com a participação de Paloma Rocha, filha de Glauber, e Haroldo Borges e sua equipe, que irão conversar com o público ao final da sessão. 

Lançado em 1962, o longa “Barravento”, que traz no elenco os atores Antônio Pitanga e Lucy de Carvalho, retrata a vida de Firmino ao sair de sua aldeia de pescadores para Salvador, numa tentativa de escapar da pobreza. Após o retorno do protagonista, a comunidade formada por descendentes de escravizados vive um conflito entre tradição e modernidade. 

 

Selecionado para a Competitiva Nacional, o filme “Saudade Fez Morada Aqui Dentro” apresenta Bruno, um adolescente que sempre fez vista grossa para a violência e o preconceito gerado pela cultura machista na qual está inserido. Mas uma doença degenerativa faz com que ele pouco a pouco perca a visão, fazendo-o aprender a enxergar a vida com outros olhos. 

O evento contará ainda com debates ao final de cada sessão, seminários e atividades formativas de Ofinica de Escrita Crítica e os PanLabs de Montagem e de Roteiro. Nomes como o diretor da Ancine, Paulo Alcoforado, e a secretária nacional do Audiovisual, Joelma Oliveira estarão entre os presentes. 

Uma novidade deste ano é a premiação em dinheiro oferecida pelo Instituto Flávia Abubakir no valor de R$50 mil para longa-metragem e R$10 mil para curta-metragem, ambos baianos. Os vencedores, escolhidos entre os filmes da Bahia presentes nas mostras competitivas Baiana e Nacional, serão anunciados, no dia 20, no Cine Glauber Rocha. 

O 19ª Panorama tem patrocínio do Instituto Flávia Abubakir e foi contemplado pelo edital SalCine, com recursos financeiros da Fundação Gregório de Mattos, Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, Prefeitura de Salvador e da Lei Paulo Gustavo, Ministério da Cultura, Governo Federal.

 

Competitivas

 

Anunciados em coletiva de imprensa realizada no final de fevereiro, os 73 filmes selecionados para as Competitivas Nacional, Baiana e Internacional serão exibidos em sessões com longas e curtas capazes de dialogar por sua temática, estética e outras características. Nas mostras Nacional e Baiana, a tradição é reunir diretores e representantes dos filmes para um debate com o público. 

Além de “Saudade Fez Morada Aqui Dentro”, a Competitiva Nacional tem ainda os longas A Batalha da Rua Maria Antônia (Vera Egito), Ecos do Silêncio (André Luiz Oliveira), Not Dead (Isaac Donato), A Flor do Buriti (João Salaviza e Renée Nader Messora), Eros (Rachel Daisy Ellis), Sem Coração (Nara Normande e Tião) e Estranho Caminho (Guto Parente). 

Nove longas baianos estão em competição, dois deles na Competitiva Nacional, formada ainda por representantes do cinema produzido em Pernambuco, Ceará, São Paulo e no Distrito Federal, e duas coproduções com países europeus. Na Competitiva Baiana, a soma de sete longas e 24 curtas demonstra um período produtivo pós pandemia. 

A atriz e roteirista Bruna Linzmeyer, a cineasta e diretora de fotografia Heloisa Passos e o realizador audiovisual e pesquisador cabo-verdiano Tambla Almeida formam o júri da Competitiva Nacional. Na competição baiana, os filmes premiados serão escolhidos pelo curador Samuel Marotta, a produtora Keity Souza e a crítica Cecília Barroso. 

Seis longas e 12 curtas produzidos em 17 países estão na Competitiva Internacional, oferecendo ao público baiano a oportunidade de ver filmes de cinematografias pouco exibidas no Brasil, como da Costa Rica, Gana e Camarões. O júri é composto pela atriz e diretora Márcia Limma, pela pesquisadora Morgana Gama e pelo roteirista Feliphe Alencar. 

 

Homenagens 

A mostra em homenagem a Glauber Rocha exibirá ainda “Terra em Transe”, de 1967, e “O Leão de Sete Cabeças”, de 1970. O cineasta nasceu em 14 de março de 1939, quase um século depois do segundo homenageado da 19ª edição do Panorama: Castro Alves. Nascido em 1847, num 14 de março, o poeta faz parte da história do festival, com sua imponente estátua da praça em frente ao cinema sede.

 “Ambos eram românticos, eloquentes e trágicos. Castro e Glauber eram carismáticos e magnéticos, os dois gritavam as grandes causas e falavam com o coração. Quiseram os deuses e os homens que a Praça Castro Alves ficasse de frente para o Cine Glauber Rocha. A estátua e a rosácea. A palavra e a imagem. Dois artistas singulares, que romperam o tempo-espaço”, comenta Cláudio Marques, idealizador e coordenador do Panorama. 

Esta edição apresenta ainda uma mostra de animação, uma programação de filmes para crianças, uma seleção de curtas do continente africano e o Panorama Brasil, com 16 longas e 12 curtas da mais recente safra do cinema produzido no país. A música também está presente no festival, com atrações diárias no terraço do Cine Glauber Rocha, tendo Karina Buhr como destaque. 

No encerramento do festival, dia 20, a atriz e diretora Helena Ignez – ex-companheira de Glauber – apresentará “A Alegria é a Prova dos Nove”, que conta a história de uma viagem para Marrocos, nos anos 70. A protagonista Jarda Ícone, artista, sexóloga e roqueira octogenária e Lírio Terron, defensor dos direitos humanos interpretado por Ney Matogrosso, vivem momentos transformadores juntos. Ao final da sessão, Helena conversará com a plateia.

 

SERVIÇO 

O que: XIX Panorama Internacional Coisa de Cinema 

Quando: 14 a 20 de março Onde: Cine Glauber Rocha (em frente à Praça Castro Alves) e Sala Walter da Silveira (Barris). 

Preço: No Cine Glauber Rocha, os ingressos custam R$12 (inteira)/ R$6 (meia) e passaporte individual para 10 sessões por R$55. Na Sala Walter da Silveira, a programação é gratuita. 

Programação: panorama.coisadecinema.com.br

 

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *