O canto lírico de Aishá Roriz interpreta Caymmi, Bach e Brahms

Por Gilson Jorge

Aishá Roriz está em contato com a música desde os seis anos de idade. Graças à influência do pai, o violoncelista Marcos Roriz, começou a ter aulas de canto aos 16. A realidade da vida artística a levou a se formar em administração de empresas, como fez Gilberto Gil, mas depois de receber o diploma ela nem precisou do exemplo do tropicalista para voltar às notas musicais. Afinal, o seu própria pai vivia do que gostava de fazer.

 

Nesta terça-feira, 3 de junho, Aishá vai dar um passo importante para receber o seu segundo diploma, agora em canto lírico pela Escola de Música da UFBA (Emus). Mais do que uma cerimônia acadêmica, o recital de graduação, nesta terça, no Teatro Martim Gonçalves, marca a ratificação do caminho pelo mundo que esta baiana quer trilhar.

 

O concerto, por exemplo, deve ganhar em breve alguma sala de teatro de Salvador, com o auxílio do seu diretor de palco, Rino Carvalho. Além das participações especiais de Uibitu Smetak (violino), Laura Jordão (viola), Marcos Roriz (violoncelo e contrabaixo), Alexandre Vieira (contrabaixo) e Hammurabi Ferreira (piano).

 

O repertório foi escolhido com base no currículo da graduação, com peças que representam as escolas estudadas. Johann Sebastian Bach (barroco), Johannes Brahms (romantismo tardio), Erik Satie (impressionismo) e o baiano Dorival Caymmi, que teria completado 100 anos no último mês de abril, como expoente da música contemporânea brasileira.

 

Aishá só se deu conta depois, mas as composições eleitas têm em comum alguma dose de melancolia, que vai desde Caymmi apenas assegurando que é doce morrer no mar até a concretização de um óbito, em um movimento da peça “A morte de Sócrates”, de Satie, no qual um discípulo do filósofo inutilmente lhe tece elogios antes que ele ingira sicuta.

 

E, para completar, o repertório inclui a peça de Bach “Erbarme Dich” (em tradução livre, tenha piedade), que é parte da obra A Paixão Segundo São Mateus e que tem os seguintes versos: Tenha piedade, meu Deus, por causa das minhas lágrimas! Olha aqui, o coração e os olhos

choram amargamente à sua frente. Tenha piedade, meu Deus.  “As composições têm a ver com os ciclos da vida, início e fim”, afirmou Aishá à Agenda.

 

Mas não espere um clima de funeral. O conceito da apresentação, desenvolvido em parceria com a amiga Clara Domingas, dançarina e artista plástica, que criaram uma atmosfera ilustrada em preto e branco para criar o que elas consideram uma unidade na identidade visual do projeto, que se reflete também na foto do cartaz de divulgação.

 

Aishá entrou para a Emus em 2010 e desde então é integrante do Madrigal da UFBA, sob a regência do maestro José Maurício Brandão.

Onde: Teatro Martim Gonçalves, Escola de Teatro da UFBA (Canela)

Horário: Terça, 3 de junho, às 20 horas

Entrada franca

 

 

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