Projeto Curta Cinema e Orquestra de Violões da Ufba

Catarina Reimão

Foi realizada na última quarta-feira, 19/08, mais uma edição do projeto Curta Cinema, no Centro Cultural da Câmara de Salvador. O evento, que promove debates sobre a produção audiovisual independente, foi guiado por Leandro Afonso, jovem cineasta baiano que acumula em sua trajetória participação em mais de 30 festivais. Além da exibição de seus curtas “Nunca mais vou filmar (2012), Lara (2013) e Habeas Corpus (2014), os presentes puderam prestigiar uma apresentação da Orquestra de Violões da Ufba, parceira do projeto desde o ano passado.

O Centro

O Centro Cultural Vereador Manuel Querino, também conhecido como Centro de Cultura da Câmara Municipal, foi inaugurado em junho de 2007. O espaço, que está localizado no subsolo do Palácio Thomé de Souza, tem uma programação de eventos culturais gratuitos e já promoveu a exibição de filmes premiados, como o Uma História de Amor e Fúria, animação de Luiz Bolognesi premiada em Cannes.

Para Lydia Sá, assistente social responsável pelas ações culturais do espaço desde 2011, o projeto promove uma importante troca de experiências entre profissionais, estudantes e interessados em cinema, além de permitir o acesso à produção audiovisual independente. Filmes como o curta-metragem Habeas Corpus, de Leandro Afonso, foram exibidos pela primeira vez em uma sessão aberta ao público graças à equipe do centro.

“Esse foi mais um momento rico de troca de saberes através do cinema. Bom demais instigar novos estudantes da TV Pelourinho a se desenvolverem a partir da experiência de Leandro, jovem cineasta com uma longa estrada. Fazendo seu trabalho independente, enfrentando muita dificuldade e sendo premiado”, declara Lydia.

Para o cineasta, a aproximação com o público, sobretudo com os alunos do curso de edição de vídeo é muito importante. “Eles não só apreciam o material, mas também estudam o processo de produção e edição de vídeo. Esse bate-papo, além de importante, é incentivador”, afirma Afonso.

A Orquestra

A Orquestra de Violões da UFBA foi fundada em 2010, pelo professor Ricardo Campanogara de Mello. Projeto de extensão permanente da Escola de Música da Ufba, a orquestra é hoje um dos grupos estáveis da Emus e conta com uma média de 17 integrantes, entre alunos do bacharelado em violão, funcionários e professores.

O repertório da apresentação no Curta Cinema era composto por adaptações do Concerto em Ré Menor para Viola D’amore e Alaúde e Orquestra de Cordas de Antonio Vivaldi, Concerto em Ré Maior Op.99 para Violão Solo e Orquestra de Mario Castelnuevo Tedesco e do Pequeno Concerto para Violão e Orquestra de Heitor Villa Lobos, composto de 3 movimentos.

Robson Barreto, coordenador da orquestra, diz que a parceria com o Centro surgiu após a primeira apresentação do grupo no espaço. “Nosso primeiro contato com o Centro Cultural da Câmara dos Vereadores foi uma apresentação que fizemos lá no dia 19 de dezembro de 2013. Depois disso, Lydia fez contato comigo solicitando que a Escola de Música participasse mais ativamente com apresentações no local”, lembra.

Com o sucesso da apresentação, surgiu, a partir de uma sugestão do coordenador, um projeto de extensão em nome da Ufba. Intitulado Violões da Ufba, o programa tem  por objetivo criar um espaço fora da escola para apresentações dos alunos de violão, envolvendo tanto alunos da graduação quanto da pós-graduação, professores e técnicos.

“Agendamos algumas datas durante 2014, uma por mês. Fizemos apresentações com violão solo, duo de violões, duo de violão e flauta, e encerramos o projeto no final do ano com mais uma apresentação da Orquestra de Violões. Em 2015, Lydia me procurou para continuarmos a parceria”, diz o professor.

“O  pessoal da Orquestra de Violões brindou todo público com uma música que muitos daqueles jovens não estão habituados a ouvir. Duas meninas me chamaram para dizer o quanto estavam achando maravilhosa aquela apresentação. O sentimento que me toma é de profunda gratidão. Por estar fazendo parte de um movimento inacreditavelmente forte, consistente, revolucionário, delicado e belo que tem tocado nos sonhos das pessoas pela via da valorização da nossa cultura”, revela emocionada a assistente social.

Nesse ano, Barreto pretende ainda criar um projeto que possa abarcar outras formações da Escola de Música, com outros instrumentos. “Começamos agora com essa apresentação da Orquestra de Violões e pretendemos fazer outras apresentações até o final do ano com outras formações como, instrumentos de sopro e cordas”, completa.