Disciplinas em extensão universitária têm edital aberto até 20 de dezembro

*Por Vanice da Mata

Se você tem alguma ideia bacana e acredita que sua vivência na Universidade precisa de mais engajamento com a realidade social, a Pró-Reitoria de Extensão (PROEXT) mantém aberto, até o dia 20 de dezembro, o edital ACCS 2014.1 (Atividade Curricular em Comunidade e Sociedade), na modalidade disciplina, com foco em Meio Ambiente. Somente professores do quadro permanente da UFBA que lecionam na graduação e/ou pós-graduação estão habilitados a submeter projeto de disciplina, exclusivamente através do Sistema de Gerenciamento de Editais Internos de Fomento à Extensão Universitária (SAPEX), no qual cada proponente responde, também, como coordenador da proposta. Tal condição não impede que os alunos divulguem esta iniciativa da PROEXT junto a docentes que já demonstram disposição e compromisso de promover atividades com este perfil, motivados pelo fato de desenvolverem conjuntamente atividades mais complexas capazes de dinamizar o processo ensino-aprendizagem dentro do contexto universitário.

                Trinta propostas serão contempladas por este edital no primeiro semestre de 2014. Destas, 10 são dedicadas à temática do Meio Ambiente, sendo as demais nos campos da Arte e Cultura, Comunicação, Direitos Humanos e Justiça, Tecnologia e Produção, Trabalho, Educação, e também da Saúde.

O professor doutor José Roberto Severino, professor adjunto da Universidade Federal da Bahia (UFBA), coordena há três anos a ACCS Memória Social: audiovisual e identidades. Neste período, a disciplina tem trabalhado junto a comunidades do Recôncavo Baiano. Severino avalia, sobre a prática da ACCS, que “do ponto de vista pessoal, é uma forma de vincular o fazer acadêmico com sua potencial capacidade de transformar situações e dar respostas a questões do dia a dia”. O professor-coordenador compreende a realidade – determinado universo acessado pela extensão – como o campo necessário para promover a articulação entre ensino e pesquisa; fato que permitiria à academia uma colaboração tanto quanto mais orgânica, especialmente no que se refere à avaliação das dinâmicas e processos sociais.

Para a aluna da Faculdade de Comunicação da UFBA Tâmara Terso, que foi monitora da ACCS Comunicação e Direitos Humanos, coordenada pelo Prof. Dr. Giovandro Ferreira, a participação nesse tipo de atividade permite a construção de conhecimento junto à sociedade. “Isso nos dá uma dimensão do que é a vida fora dos muros da universidade, respeitando os saberes populares e dialogando com eles na perspectiva de debater uma nova atuação nas comunicações”, defende. Tâmara reflete, ainda, sobre o fato de que as atividades de extensão vão muito além do que se pensa comumente – ela exemplifica o fato de que muitas pessoas acreditam que a extensão envolve apenas cursos de férias e cursos pagos voltados à comunidade externa. “A extensão nasceu na década de 60 como formulação de uma relação diferenciada da universidade com os movimentos sociais, as comunidade artísticas, sindicais, rurais e urbanas, no intuito de somar na construção dos saberes, do conhecimento. A ACCs resgata essa concepção matriz da extensão e é importantíssimo que ela seja um componente basilar na formação universitária”, opina. Clarissa Viana, mestranda em Comunicação e Cultura Contemporâneas da UFBA, foi professora assistente da mesma ACCS, como parte do seu tirocínio docente. Para ela, é a troca de conhecimento entre a Universidade e a sociedade que caracteriza o diferencial das atividades de extensão.

A aluna do curso de Fármácia da UFBA, Itana Scher, já percebe a ACCS como algo fundamental na formação. “Hoje na universidade é obrigatório para todos os estudantes participarem de uma Atividade Curricular em Comunidade e Sociedade para que eles aprendam a lidar com a comunidade”, afirmou a estudante, que participou da roda de discussão Movimentos Populares de Saúde e as diretrizes da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS (PNPIC) e do Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos (PNPMF), durante o Iº Simpósio Plantas Medicinais e Fitoterápicos do Estado da Bahia, ocorrido de 16 a 18 de outubro em Salvador.

Por sua vez, Emile Conceição, aluna do curso de Jornalismo e participante do Programa Arte, Cultura e Ciência sentencia: “a ACCS é muito importante porque a formação que recebemos na faculdade é predominantemente teórica, muito fria, não tem uma relação com a realidade do dia-a-dia”. Para ela, fazer uma atividade de extensão com o perfil proporcionado pelas ACCS’s hoje, na UFBA, proporciona esta vivência, reconhecendo como mais um instrumento de aprendizagem a troca de experiências direta com os demais agentes sociais, aliado ao aprendido em sala. Como boa entusiasta, dispara: “a ACCS nos faz sentir no mundo real”.

Se tudo o que foi escrito até aqui mobiliza algo em você, converse com seus alunos, colegas ou professores sobre o edital ACCS 2014.1 da PROEXT, aberto até o dia 20. De acordo com informações da Pró-Reitoria, as propostas aprovadas receberão apoio por meio do estabelecimento de recursos financeiros de custeio e bolsa para monitor, mediante o atendimento dos requisitos descritos no edital.

Apoio à inovação  Outro edital que apoiará as ACCS, com mesmo prazo para submissão de propostas, é a parceria entre a PROEXT e a Pró-Reitoria de Pesquisa, Criação e Inovação (PROPCI) com o Edital ACCS de Inovação 2014.1. O foco desta seleção é a realização de ACCS aliadas a linhas temáticas de inovação que buscam fomentar o desenvolvimento tecnológico, a criação, inovação, propriedade intelectual, a transferência de tecnologia e empreendedorismo, dentre outras. As propostas devem estar com o código gerado pela Superintendência Acadêmica (SUPAC).