Exposições de alunos da Escola de Música compõem o SEMEX

* Por Rayssa Guedes

Duas exposições de alunos da Escola de Música da UFBA fizeram parte, na manhã desta quarta-feira, 23, da programação cultural do Seminário de Extensão Universitária (SEMEX), com o apoio da Pró-Reitoria de Extensão (Proext) da UFBA. Instalados na área coberta do PAF 1, os trabalhos dos alunos Carla Fabianny e Felipe Abreu tratam de assuntos inerentes ao mundo da música, mas que também ultrapassam essa fronteira e conversam com outros acessórios que constam no mundo, como o corpo e a natureza.

Carla Fabianny, formada em Licenciatura em Dança e Docência em Nível Superior e Pós-graduanda em Arte Educação e Psicopedagogia, trouxe a exposição intitulada de “Tambor como Extensão do Ser Corpo: a arte como fundamento para busca de uma autonomia profissional”. Com o objetivo de desenvolver as habilidades artísticas e técnicas do percursionista acadêmico, Carla confeccionou e reformou tambores de semba – feitos com polipropileno, um tipo de plástico, e com adereços como túneis de lixo, cones e capacetes, os bojos dos instrumentos, que servem como caixa de ressonância. A confecção foi feita a partir das oficinas que ela oferece para as crianças na Feira de São Joaquim. “Esse trabalho acarretou na melhoria do desempenho do percussionista. A reforma instrumental adaptada ao corpo possibilitou que tambor, ritmo e corpo pulsassem em conjunto”, afirma a pós-graduanda.

Carla Fabianny expôs trabalho que desenvolveu em oficinas com crianças na Feira de São Joaquim. Foto: Rayssa Guedes
Carla Fabianny expôs trabalho que desenvolveu em oficinas com crianças na Feira de São Joaquim.
Foto: Rayssa Guedes
Foto: Rayssa Guedes
Foto: Rayssa Guedes

A exposição “Impacto dos Ruídos em Forma de Música”, de Felipe Abreu, estudante do 4º semestre da Escola de Música da UFBA, chamava a atenção das pessoas que circulavam pelo espaço. Expondo vários instrumentos feitos por ele mesmo, Felipe explicou que para a execução do seu trabalho foi necessário muito estudo e pesquisa: “Comecei a pensar e pesquisar em casa sobre os instrumentos antigos, modernos e aí me deu a ideia de fazer um instrumento. Juntei alguns materiais e fiz meu primeiro instrumento, a ‘Arcabaça’, uma mistura de arpa com cabaça. Aprofundei-me no estudo de organologia (pesquisa de timbres com o objetivo de transformá-los em música)”, relata.

Felipe Abreu expôs suas criações com instrumentos experimentais. Foto: Rayssa Guedes
Felipe Abreu expôs suas criações com instrumentos experimentais.
Foto: Rayssa Guedes

Felipe também comentou sobre a forte influência de Anton Walter Smetak, músico suíço que viveu no Brasil a partir de 1937 e trabalhou com o experimentalismo musical através de cabaças e outros objetos, em seus trabalhos: “Busco fazer instrumentos não convencionais, mas que podem ser muito bem utilizados na música. Podem servir como acompanhamento ou para dar textura”, afirma. Dos mais variados tamanhos, formas e utilidades, os instrumentos de Felipe Abreu possuem linguagem, sentido e som próprios, além de trazer inovação no uso de latas, cabaças, canos, cabos de vassoura e fios.

Foto: Rayssa Guedes
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