Estudantes de Teatro se organizam para realizar espetáculo de formatura

Os formandos estão promovendo diversas ações para arrecadar dinheiro e complementar a verba que a UFBA disponibiliza para os estudantes

Por Greice Mara

Toda turma que se forma na Escola de Teatro precisa apresentar um espetáculo como trabalho de conclusão do curso. Neste semestre de 2017.1, os envolvidos na peça “Sublime é a Noite” estão organizando diversas formas de arrecadar dinheiro para complementar a verba que a UFBA disponibiliza. Entre as ações promovidas pela turma, estão rifas, um bazar – que aconteceu entre os dias 17 e 21 de julho, e um sarau de poesias que os formandos ainda pretendem realizar.

O Bazar Sublime foi apenas uma das maneiras que os formandos encontraram para conseguir verba extra para as questões estruturais do espetáculo que está previsto para acontecer em meados de setembro. O bazar foi montado próximo a Biblioteca Central da UFBA e contou com um série de roupas – masculinas, femininas e infantis – acessórios, livros, entre outros artigos cujo preços variaram de R$2 a R$40. “Esse brechó tem roupas nossas, roupas que a gente considera boas e vendemos a baixo custo”, explica Isadora Moraes, membro da turma.

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O Bazar Sublime foi uma das ações realizadas pelos formandos/ reprodução do Facebook

Além do bazar, os estudantes estão vendendo a rifa de uma mandala. O sorteio será no dia 01 de agosto durante o relançamento do livro “Partiste”, do professor e diretor do espetáculo Paulo Henrique Alcântara. A intenção é obter o maior número possível de recursos, sejam eles financeiros ou de serviços, até o máximo que puderem.

Segundo Isadora Moraes e Hyago Matos – que também é membro da turma – todas os concluintes passam por esse processo de arrecadação de fundos, já que a verba disponibilizada pela UFBA não é suficiente para a realização de um espetáculo bem feito. Os alunos contam que todo fim de semestre é realizado um exercício cênico, em que as turmas produzem uma mostra que envolve tudo o que foi desenvolvido ao longo do semestre. Para a execução dessa mostra, a UFBA disponibiliza uma verba. Os estudantes relatam que utilizam o mínimo possível desse dinheiro visando o espetáculo de formatura. No final, são realizadas quatro mostras e dois espetáculos – um semi e outro profissional.

Sobre a questão da verba disponibilizada pela UFBA, os alunos mencionam que já houve possibilidade de não haver verba para o espetáculo em algumas turmas. Foi necessário que a diretoria da Escola de Teatro entrasse em contato a Universidade e cobrasse o repasse desse dinheiro. “Há um certo esforço da diretoria para que a gente receba essa verba, mas ainda assim a gente tem que correr atrás de mais coisa”, diz Hyago

Os diretores das obras finais são professores da ETUFBA. A escolha é feita de acordo com o interesse mútuo da turma e do docente pelo espetáculo – como acontece com as orientações em geral. Mas caso isso não ocorra, o departamento da Escola fica responsável pela escolha do diretor. Além da escolha, ou não, do diretor, os formandos também passam pelo processo de contratação de profissionais – figurinista, maquiador, diretor de movimento – para a concepção da peça. Isadora e Hyago alegam que, em diversas situações, conseguem entrar em contato com profissionais que têm conhecimento acerca da realidade dos formandos e que, baseados nisso, cobram preços inferiores aos de mercado.

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O processo criativo do espetáculo está acontecendo de forma colaborativa/ reprodução Facebook

Para a definição do texto que será usado na peça, os formandos contam que é necessário haver um consenso entre os membros da turma e que, geralmente, são buscados textos que transitem entre os diferentes gêneros do teatro. De acordo com os estudantes, há uma dificuldade de encontrar um texto que contemple a realidade das turmas que em geral são formadas por jovens e com a maioria feminina.

No caso da Sublime é a Noite, o diretor é dramaturgo e está escrevendo o texto a partir da análise individual dos alunos. O processo criativo está sendo feito entre o professor e os alunos, o que chamado de processo colaborativo. “A gente leva coisas também e ele vai acrescentando no texto”, conclui Isadora.

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