I Encontro Cultura e Arte reúne atores de diversas universidades na UFBA
Veja o que aconteceu na primeira edição do evento
Por: Maria de Moura
A cidade de Salvador sediou o I Encontro Nacional de Cultura e Arte nas Universidades Federais Brasileiras, realizado na Universidade Federal da Bahia (UFBA). O evento, que ocorreu de 03 a 05 de julho, teve como objetivo discutir e fortalecer a presença da cultura e das artes nas universidades federais do país.
Além disso, o encontro fez parte das celebrações dos 200 anos de independência do Brasil na Bahia e dos 77 anos da própria UFBA.
Representantes de diversas instituições de ensino superior, entidades do campo artístico-cultural e órgãos de cultura governamentais estiveram presentes na mesa de abertura, promovendo um diálogo rico e diversificado sobre o tema. Conduzida pelo reitor da UFBA, Paulo Miguez, a mesa contou com a participação de diversos atores externos à universidade, como Maria Marighella, da Funarte, e Fabiano Piúba, secretário de Formação Cultural, Livro e Leitura, ambos representando a ministra da Cultura Margareth Menezes, Rosalvo Ferreira Santos, vice-reitor da Universidade Federal de Sergipe (UFS), e o professor Dácio Roberto Matheus, da UFABC.
Intitulado “Cultura e arte nas universidades federais brasileiras: políticas do MEC e do MINC”, o debate ressaltou a importância de desescolarizar a cultura, reconhecendo que as universidades são espaços culturais antes de serem espaços de tecnologia e ciência.
Desescolarizar a cultura
Maria, que já estudou na UFBA, destacou a importância do encontro ocorrer na semana do Bicentenário da Independência do Brasil na Bahia (02 de Julho), ressaltando que o conhecimento, a arte e a cultura são instrumentos de libertação. “Porque sabemos que conhecimento, arte e cultura também nos liberta, emancipa e compromete a boa luta”, complementou.
Além disso, o professor Dácio Roberto chamou atenção para a necessidade de desescolarizar a cultura. “Antes de serem espaços de tecnologia, as universidades são espaços de cultura”, declarou o professor.
Assim, o professor critica a visão escolarizada das universidades, ou seja, que reduz a cultura a uma relação pedagógica.
“A universidade muitas vezes se relaciona com a questão cultural nessa perspectiva escolar nessa perspectiva didático-pedagógica. Quando as relações estão escolarizadas, elas partem de um pressuposto de em algum lugar através de um processo didático-pedagógico. E é muito além disso, a cultura está nas relações humanas.”, explicou Dácio.
Veja o que aconteceu no evento
Ao longo dos três dias de evento, foram realizadas diversas mesas-redondas abordando diferentes aspectos relacionados à cultura e às artes no contexto universitário.
Os temas incluíram a institucionalidade da cultura e das artes nas universidades brasileiras, a presença da cultura e da arte na extensão, graduação, pesquisa e pós-graduação, além dos corpos artísticos estáveis e dos equipamentos culturais presentes nas universidades.
Destacaram-se também as mesas sobre cultura e arte na graduação e na pesquisa e pós-graduação, que evidenciaram a importância da formação artística e cultural no ambiente acadêmico. Os debates contaram com a participação de renomados pesquisadores, professores e representantes de universidades de todo o país.
A plenária final, coordenada por Albino Rubim, professor da UFBA, teve como objetivo a aprovação da Carta “Universidade e Cultura Democráticas”. O documento visa refletir as discussões e deliberações realizadas durante o encontro, estabelecendo diretrizes e propostas para fortalecer a presença da cultura e das artes nas universidades federais.
O I Encontro Nacional de Cultura e Arte nas Universidades Federais Brasileiras foi uma oportunidade única de diálogo e troca de experiências entre profissionais da área, estudantes e gestores universitários. A valorização da cultura e das artes no ambiente acadêmico é fundamental para a formação integral dos estudantes e para o enriquecimento da sociedade como um todo.
No entanto, a falta de estudantes foi percebida durante o evento. Quem também percebeu a falta de engajamento discente foi o professor Dácio Roberto. “O engajamento esperado era de equipes técnicas e de dirigentes das universidades. Poderíamos ter uma participação maior de estudantes”, desabafou.