Produção Cultural, Mídia, Marketing e Divulgação são discutidos em sessão do 3º Enprocult

*Por Vanice da Mata

Três representantes femininas do Nordeste deram o tom das apresentações de trabalhos na primeira tarde do 3º Encontro Nacional de Produção Cultural  (Enprocult), nesta quarta-feira, 02. Discutindo Produção Cultural, Mídia, Marketing e Divulgação, Carolina Andrade Leal, Marília Moura e Géssica de Castro e Silva trouxeram, respectivamente, experiências de divulgação da revista cultural Fraude (Salvador-BA), do projeto Gestão e Produção Cultural na Bahia, além de estudo sobre uso de mídias sociais no cenário cultural da Ribeira (Natal-RN). A sala 10 da Faculdade de Comunicação (Facom/UFBA) acolheu um grupo de cerca de 30 pessoas, dentre eles estudantes, professores, pesquisadores e empresários de diferentes partes do Brasil interessados em discutir produção cultural e suas perspectivas.

Em circulação há cinco anos, a revista Fraude teve um crescimento de 100% de público durante o lançamento de sua 10a. edição, em novembro do ano passado. O olhar mais cuidadoso para esta fase da produção da revista laboratorial do Programa de Educação Tutorial de Comunicação da Facom/UFBA se deu ainda em 2008, quando o grupo entendeu que o lançamento era uma importante estratégia para ampliar a visibilidade da publicação, bem como seu público leitor. “Inicialmente tínhamos em mente que a gente produzia para um público entre 18 e 24 anos. Com esta edição, que trouxe a temática das Feiras Livres e a sua importância para a construção da identidade histórica de Salvador, passamos a conversar com um público mais maduro, o que fez a gente estender a faixa etária da publicação até os 35 anos”, explicou a estudante de Produção Cultural e bolsista do Petcom/UFBA Carolina Leal.

Nascido de uma experiência em sala de aula e tendo como referência o projeto multimídia “Produção Cultural no Brasil”, do Ministério da Cultura (MinC), o projeto Gestão e Produção Cultural na Bahia cresceu rápido. Desde 2012 o portal conta com financiamento público, conquistado com inscrição em edital de demanda espontânea da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb). “Através dos relatos de experiências e opiniões destes profissionais do estado, nosso objetivo é contribuir para reflexões sobre gestão e produção cultural na Bahia e, a partir disso, incentivar nova práticas na área”, explicou a estudante de Produção Cultural da UFBA e produtora executiva do projeto. Até o fim deste mês, uma segunda etapa de depoimentos deve estar disponível para o público. O portal hoje conta com 15 depoimentos, dentre profissionais como Albino Rubim, Letieres Leite, Jarbas Bittencourt, Lia Robatto, Beth Rangel, todos representantes de diversas expressões artístico-culturais.

Foto: Carla Galrão
Foto: Carla Galrão

Encerrando a série de trabalhos, a natalense Géssica de Castro Silva também trouxe o público local para perto de si. Seu trabalho de conclusão de curso, “O uso das mídias sociais no cenário cultural da Ribeira”, bairro antigo de Natal que desde 2010 foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) nos faz pensar no tradicional bairro soteropolitano situado na Península de Itapagipe que, igualmente ao irmão mais ao norte nordestino, encontra-se desassistido pelos poderes públicos regionais. Lá em Natal a iniciativa privada resolveu arregaçar as mangas e, desde março de 2011, o Centro Cultural do Sol (que atua na área de teatro) e a Casa da Ribeira (na música) uniram-se para, mensalmente, produzir um circuito cultural que tem levado vida à região.

A ocupação ainda é intermitente, mas suficiente para afastar a atmosfera fantasmagórica que até então dava o tom do lugar. Com a investigação que fez no trabalho de fim de curso no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFRN), Géssica constatou o papel central que as mídias sociais tiveram em impulsionar as iniciativas promovidas pelos empresários da Ribeira. A aproximação que estas novas formas de comunicação têm permitido entre público e artista/evento tem sido capaz de tornar endereço de diversão (re)cantos como o Beco da Quarentena.

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