Professores e pesquisadores ressaltam importância do Fórum Negro de Arte e Cultura: “representa a luta antirracista e a diversidade dos saberes dentro da universidade”
Mesa de abertura ressalta a diversidade de saberes na UFBA
Por: Maria de Moura e Ruan Amorim
Em sua sexta edição, o Fórum Negro de Arte e Cultura – FNAC, que aconteceu entre 19 e 22 de outubro na UFBA, com o tema Ibejiró: Arte e Cultura das Infâncias trouxe para a roda de discussão a pluriversalidade das estéticas negras no universos das infâncias, aqui inspirado poeticamente na divindade Ibeji, do panteão mitológico e ancestral da cultura Iorubá. A programação contou também com lançamentos de livros, mostras artísticas e oficinas.
A proposta é evidenciar epistemes, práxis artísticas, pedagógicas e políticas públicas desenvolvidas por universidades, coletivos artísticos, instituições e agentes da sociedade civil que promovam a infância negroreferenciada. Os debates serão em torno da infância negra e estratégias antirracistas para transformação dos currículos, produção de saberes e práticas dos cursos de Arte e suas perspectivas político-culturais na universidade. Além disso, o evento propõe a reflexão: “Como a universidade vem contribuindo para reflexões em torno dessas temáticas?”

Para a Profª Drª Evani Tavares, o Fórum traz um olhar ímpar sobre a diversidade no campo científico. “O FNAC busca ser um espaço propositivo e de discussão sobre a necessidade da UFBA, particularmente, nossas escolas de artes e humanidades, diversificar os referenciais teóricos e metodológicos dos currículos e suas práticas de modo contemplar as culturas negras e indígenas”, complementa.
Além disso, o Fórum atua como movimento político contra o racismo. Isso é o que ressalta a diretora da Escola de Dança da UFBA Carmen Paternostro. De acordo com ela, o evento, que nesta edição ressalta a arte na infância negra e indgena, reverbera a necessidade “de “lutar por um país antiraracista, por uma educação infantil antirarcista”.
Quem também destaca o quão essencial é o evento é o professor doutor e pró-reitor da Proext, Guilherme Bertissolo. De acordo com ele, o Fórum faz parte do projeto de universidade inclusiva e de qualidade, que está sob constante ataque do governo federal.
“E o Fórum, nesse contexto, representa a luta antirracista e a diversidade dos saberes dentro da universidade, processos que estão em disputa. Por isso, precisamos travar essas batalhas também aqui dentro”, diz Guilherme.