Sessão na UFBA apresenta filmes que foram proibidos de serem exibidos no Rio

A mostra “Censura Nunca Mais!” reuniu 5 curtas que sofreram algum tipo de repressão 

Por Ícaro Lima

O que fazer quando uma produção artística é proibida de ser exibida? E quando é mais de uma? Foram essas dúvidas que surgiram na cabeça de alguns produtores audiovisuais que tiveram seus filmes impedidos de serem exibidos. 

Para resolver a situação, decidiram criar uma sessão itinerante chamada “Censura Nunca Mais!”. A mostra foi organizada através do grupo Movimenta – Cineclubes junto a iniciativas da iniciativa da ABD/Apeci, Mulheres no Audiovisual-PE e Frente Brasil Popular, tendo também apoio dos próprios realizadores dos filmes participantes. 

E Salvador foi uma das cidades escolhidas para receber a mostra, que aconteceu na última quarta-feira (4) no auditório da Faculdade de Comunicação da UFBA, em Ondina, realizada pelo cineclube Cinemata junto com o grupo de pesquisa Arqueologia do Sensível.

São 5 curtas que compartilham entre si algum tipo de censura: As três que estariam na 3ª Mostra do Filme Marginal, “Mente aberta” (2019), “Rebento” (2019), “Nosso sagrado” (2017), além de “Aqueles dois” (2018) e “Afronte” (2017). Três dessas obras foram proibidas pelo Centro Cultural da Justiça Federal (CCFJ) de serem reproduzidos na 3ª Mostra do Filme Marginal, marcada para 14 a 22 deste mês. 

A justificativa apresentada pelo órgão é de que dois filmes que estariam na mostra, “Mente aberta” (2019) e “Rebento” (2019), contém “ataques” ao presidente da República. Sobre uma outra obra, “Nosso sagrado” (2017), o CCJF alegou que continha “caráter partidário”, já que, nos créditos, são mostrados logotipos de políticos que ajudaram na sua produção. 

O evento
Antes de iniciar a exibição dos filmes, um dos organizadores da mostra, George, apresentou alguns detalhes sobre como foi montar o evento, destacando a que era uma atitude de resistência a favor das mensagens que os filmes que passariam ali continham. 

E quem completou a sua fala foi Vinícius Eliziário, 23, diretor de “Rebento”. Ele também salientou a importância dessa mobilização para contribuir com a discussão pública a respeito dos temas tratados nos filmes: “Precisa ressoar, precisa ser debatido”, disse. 

Para Vinícius, as particularidades de enredo tratadas em cada obra representam questões que precisam chegar a mais pessoas: “Eu acho massa estar sendo discutindo tanto a centralidade, do “Nosso sagrado”, como a paternidade e masculinidade em “Rebento”, diversidade sexual e de gênero de “Afronte” e “Aqueles Dois”. “Mente Aberta” não sei muito bem do que se trata, vou descobrir hoje. É muito importante que esses filmes estejam passando na universidade e que isso seja difundido”, completou.

 

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