III Fórum Negro de Arte e Cultura começa na próxima segunda na UFBA; veja programação

De 18 a 23 de março, evento traz o conceito de Afroperspectivismo direcionando seu ciclo de discussões.

Por Kalu Santana

Chegando à sua 3ª edição, acontece entre 18 à 23 de março o III Fórum Negro de Arte e Cultura (FNAC). Com a temática “Xirê dos saberes: (Re) Conhecer, Existir”, (festa pública do Candomblé onde todos os Orixás são homenageados ao mesmo tempo) o evento abordará a multiplicidade de saberes afros nas artes cênicas, visuais, na literatura, filosofia e no cinema. O Afroperspectivismo, tendência da filosofia brasileira que busca formular conceitos recorrendo às tradições africana e afro-brasileira, também estará norteando as discussões do Fórum.

Iniciado em 2017 com o nome de “Fórum Negro das Artes Cênicas” emergiu como um movimento político na Escola de Teatro da UFBA, a partir da insatisfação de estudantes cotistas da graduação, da pós e de alguns professores engajados. Os principais motivos dessa insatisfação foram a invisibilização dos conhecimentos afro-referenciados e as práticas de racismo institucional nas instâncias universitárias.

Uma novidade desta edição será, será a participação das Faculdades de Comunicação (FACOM) e do Instituto de Humanidades, Artes e Ciências Professor Milton Santos (IHAC). A meta, segundo a organização, é fazer com que todas as unidades da UFBA possam realizar o Fórum Negro no ano de 2020.

Programação
Para os cinco dias de evento estão previstas oficinas, conferências, ciclos de leituras dramáticas, Feira Afro, exposição de trabalhos acadêmicos, mesas de discussão, painéis de artes, cinema negro e lançamentos de livros. A homenagem desta edição será para os 75 Anos do Teatro Experimental do Negro, de Abdias Nascimento, que ocorrerá no dia 22 de março, com o performer Milsoul Santos, do Instituto de Pesquisas e Estudos Afro Brasileiros (IPEAFRO), do Rio de Janeiro. As inscrições para participar destas ações ocorrerão pelo site https://www.even3.com.br/FNAC. Já o credenciamento presencial poderá ser feito no dia 18 de março, das 8h às 16h, no Foyer do Teatro Martim Gonçalves, mediante a doação de 1kg de alimento.

Dos nomes que estarão no FNAC, podemos destacar Emanuel Aráujo, artista plástico baiano e diretor do Museu AfroBrasil (SP). Emanuel participará da Conferência de Abertura do fórum no dia 18 de março ao lado da antropóloga Ana Lúcia Lopes e do psicólogo Márcio Farias. Um outro convidado é o filósofo carioca Renato Noguera – professor da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). Na sua conferência intitulada “Afroperspectivismo: Arte e Cultura”, ele discutirá sobre esta tendência da filosofia brasileira que busca formular conceitos recorrendo às tradições africana e afro-brasileira. Segundo a organização, este conceito norteará as discussões do FNAC deste ano.

Referências baianas em discussões sobre negritude também fazem parte da programação. Estarão presentes nomes como, Antônio Olavo, Jaime Sodré, Lindinalva Barbosa (CEAO, Pós-Afro), Iraildes Nascimento (diretora da Escola Ilê Axé Opô Afonjá), Gabi Guedes e Nara Couto. Para esta edição, o Fórum também conseguiu conquistar a vinda de artistas da África e da América Latina. Emo de Medeiros – artista plástico e performer do Benin – e Neo Muyanga – compositor e músico da África do Sul, numa parceria com o Goethe Institut, compõe a programação dos dias 20 e 21 de março, respectivamente.

Espetáculos também fazem parte da programação. “Pele Negra, Máscaras Brancas”, da Cia de Teatro da UFBA, que fará a abertura artística do evento, no dia 18 de março, às 19h, no Teatro Martim Gonçalves. No mesmo teatro a montagem “Ziriguidum”, da Cia de Dança da UFBA, se apresenta no dia 19 de março, às 19h. Já no espaço Casa Rosada, nos Barris, tem a montagem Afronte | Akulobee, espetáculo de formatura em direção teatral de Thiago Romero (Teatro da Queda), nos dias 22 e 23 de março, também às 19h.

Para mais informações e ver a programação completa, você pode acessar o link do evento.