Buzufba é palco da Mostra de Teatro “Curta Cena no Buzu”

As apresentações também serão feitas na rede de transporte público municipal que trafegam pelas regiões da suburbana, orla e centro

Por Kelven Figueiredo

Você não leu errado, a Mostra de Teatro “Curta Cena no Buzu” irá levar arte popular e entretenimento para as linhas do Buzufba. As cenas poderão ser conferidas  entre os dias 16 e 18 de outubro (segunda-feira a quarta-feira), das 9h às 21h, em diversos ônibus da cidade de Salvador. E vai ser preciso contar com a sorte e ficar atento ao que acontece em volta para não perder nada.

Nessa primeira edição, a Mostra é composta por 4 curtas cenas que abordam questões como o combate à violência às mulheres em espaços públicos; a cultura baiana e nordestina e alguns de seus referenciais poéticos e a relevância da arte para sociedade. As apresentações também acontecerão na rede de transporte público municipal que trafegam pelas regiões da suburbana, orla e centro.

A ação pretende promover e legitimar o ônibus do transporte público da cidade de Salvador como espaço fértil para difusão da arte do teatro. Segundo o diretor, Kadu Lima, há a pretensão de ampliar a mostra para outras regiões. “Uma das ideias é difundir essa mostra futuramente em outras capitais e, por isso, essa primeira edição é estratégica”, declarou Kadu Lima.

O projeto “Curta Cena no Buzu” foi selecionado no edital de Experimentação Artística (PIBEXA), da Pró- reitoria de extensão da Universidade Federal da Bahia, sob a direção teatral de Kadu Lima. O elenco é composto por Emillie Lapa, Enzo Amorim, Geisla Abreu, Kadu Lima, Kalu Santana, Rafhael Ruvenal, Raiane Delego, Ruth Nunes.

As cenas – “Eu sou artista!!” retrata a história de Girassol, uma artista de rua que declama poesias nos ônibus da cidade. Para ela, fazer arte e difundir seu trabalho para sociedade é motivo de imensa alegria. Porém, em uma das suas intervenções, ela é provocada por uma passageira que a confronta questionando se o que ela faz é de fato um trabalho e se tem alguma relevância para a sociedade.

“Chame Gente” fala sobre três foliões baianos que, tomados pela energia do carnaval baiano, fazem do ônibus espaço de celebração alegria e resistência comum a todo bom folião em plena terça feira de carnaval.

“Ai Se sesse Mary Anjo” é a terceira cena que retrata a história de Mary Anjo. Ela está decidida a abandonar a vida de dona de casa dedicada, quer conhecer outras cidades, outros ares, outras cores, outros pássaros. Então ela decide arrumar as malas e pegar o primeiro ônibus que cruzar o seu caminho.  Mas pra isso é preciso pegar a estrada e deixar para trás o seu amor “que já nem existe mais”. Porém ele, o Zé, está decidido a impedir a partida de Mary Anjo e convencê-la a lhe dar uma nova oportunidade.

Em “Comigo não violão!!” o tema discutido é o assédio contra as mulheres que acontece diariamente em espaços públicos da cidade. O ônibus é um desses espaços em que as mulheres são vítimas de abusos que desrespeitam e ferem a sua integridade e direitos. A cena é um manifesto artístico em repúdio a toda e qualquer violência contra as mulheres em qualquer espaço que seja.

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