Audiência pública em Salvador discute as perspectivas para a cultura no município

*Por Dudu Assunção

Representantes do setor cultural baiano e brasileiro estiveram presentes na audiência pública sobre as perspectivas para a cultura no município de Salvador, ocorrido na última sexta-feira, 22. A Vereadora Aladilce Souza (PCdoB) iniciou a audiência comunicando que, em 2014, Salvador terá investimento recorde na cultura. Em seguida, disse que o evento foi marcado com o intuito de ouvir a população.

A população soteropolitana compareceu em relativo bom número ao Centro de Cultura da Câmara de Salvador, mas escutou muito mais do que foi escutada. Tendo início com uma hora de atraso, o evento teve interrupções constantes para registrar a presença de cada autoridade política vista na plateia e longas considerações iniciais de componentes da mesa.

A audiência teve apresentações e saudações demoradas, além de intervenções artísticas. O principal convidado, Juca Ferreira, que tinha voo marcado no aeroporto, se retirou antes mesmo de responder alguma pergunta do público. Porém, para não parecer que a passagem do Secretário de Cultura de São Paulo foi rasa, ele deu as melhores contribuições para a audiência, principalmente quando fez comparações entre as políticas culturais paulistanas e soteropolitanas.

Juca Ferreira Foto: Dudu Assunção
Juca Ferreira
Foto: Dudu Assunção

Juca também reconheceu que é preciso qualificar o poder público e que os municípios precisam entender as particularidades de cada território antes de desenvolver ações na área cultural. “Em São Paulo, a gente percebeu que um terço da população está acordada durante a madrugada. Então, começamos a pensar atividades culturais também para este horário”, disse Juca, lembrando que em Salvador não existe transporte público durante 24h por dia.

Também presente no evento, o Presidente da Fundação Gregório de Matos, Fernando Guerreiro, listou alguns feitos da instituição que preside e falou sobre dificuldades enfrentadas. “Se você faz um evento em Cajazeiras, ninguém da imprensa vai cobrir, dizendo que é longe. Mas se tem um assassinato lá, todos os canais transmitem”, reclamou Guerreiro, enquanto lembrava o recomeço do Boca de Brasa, projeto que fomenta a cultura nas periferias de Salvador.

Fernando Guerreiro.  Foto: Dudu Assunção
Fernando Guerreiro.
Foto: Dudu Assunção

Algumas horas após o início, quando o público não preenchia mais todas as cadeiras do auditório, a vereadora Aladilce considerou: “A mesa sempre fala demais, deixa pouco tempo para a plenária”.

A plateia do evento contou com personalidades da arte e cultura da cidade, como Ivan Huol, criador da Jam no MAM, o poeta José Carlos Capinan e Rita Santos, Presidente da Associação das Baianas de Acarajé. Talvez esses três citados dessem boas contribuições ao rumo da audiência, mas acabaram ficando somente como ouvintes.

Entre integrantes da mesa e autoridades presentes na plateia, a audiência pública também contou com o Presidente do Olodum, João Jorge Rodrigues, a Deputada Alice Portugal, o vereador Silvio Humberto, o ex-vereador Javier Alfaya, entre outros.

Segundo os participantes da mesa, no encerramento do evento que buscou discutir o projeto de lei que propõe a instituição do Sistema Municipal de Cultura, outros encontros precisam ser marcados, e a discussão não deve acontecer de forma tão esporádica.

Intervenção de Capoeira durante a Audiência Foto: Dudu Assunção
Intervenção de Capoeira durante a Audiência
Foto: Dudu Assunção

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