Pele Negra, Máscaras Brancas é representada com recursos de acessibilidade no FIAC

Espetáculo fez parte da programação do festival na última sexta-feira (25)

Por Camila Biondi

O espetáculo “Pele Negra, Máscaras Brancas”, Cia de Teatro da UFBA, dirigido por Onisajé (Fernanda Júlia), trouxe ao Teatro Martim Gonçalves um grande público na noite da última sexta-feira (25). A adaptação da obra homônima de Frantz Fanon fez parte da programação da décima segunda edição do FIAC Bahia 2019 e contou com aporte de acessibilidade através da audiodescrição e tradução em Libras.

A ficção distópica traz à cena assuntos que norteiam as subjetividades negras enquanto parte do processo político de aceitação e identidade à partir da descolonização do pensamento e do “desejo de saber-ser”. “Pele Negra, Máscaras Brancas” estreou em março de 2019 no Fórum Negro de Arte e Cultura.

A inclusão de acessibilidade na programação do FIAC foi destacada pela professora da Escola de Dança da UFBA Rita Aquino, que também fez parte da organização do evento. “Nesse momento, estamos na décima segunda edição do Fiac trabalhando com mediação cultural e acessibilidade. É um trabalho focado na questão dos públicos, do acesso a programação cultural, da experiência da cidadania cultural. Compreendemos a importância de que esse acesso seja tanto do campo físico, garantindo a presença dessas pessoas aqui através de questões relacionadas ao ingresso, mas também ao horário da programação, à mobilidade urbana, às questões de segurança. Mas também no campo simbólico, pra construir vínculos, pertencimento, uma relação em que as pessoas se sintam, de fato, parte do evento”.

Rita ressalta a importância ainda de ampliar o entendimento do que é acessibilidade cultural. “Então, esse ano estamos fazendo esse trabalho de acessibilidade em parceria com algumas instituições, uma delas é o Tramad, um grupo de pesquisa também da Universidade, que trabalha com audiodescrição. Agora vamos começar um espetáculo que possui audiodescrição e tradução em Libras, e tem sido um passo importante pro Festival, entendendo esse campo do direito à cultura e o nosso papel enquanto evento, produção, de garantir as condições de acesso ao grupo de pessoas com deficiência visual e auditiva.”

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